Quarta-feira, 23 de Julho de 2025

Dentista enfarta e polícia aponta embriaguez; homem morreu na cela em SC

2025-07-22 às 13:47

O dentista e servidor público federal Cezar Maurício Ferreira morreu em uma cela no Plantão da Polícia Civil de São José, na Grande Florianópolis, após ser detido sob suspeita de embriaguez ao volante. Segundo a família, os policiais militares confundiram sintomas de um infarto com sinais de embriaguez, não ofereceram atendimento médico e não comunicaram a família da prisão, o que, conforme os parentes, resultou em uma morte que poderia ter sido evitada.

O que ocorreu na noite do acidente

Na noite de sexta-feira (18), Cezar dirigia um Peugeot quando colidiu na traseira de um Jeep Compass na rua Cândido Amaro Damásio, bairro Bela Vista, em São José. A família, por meio do advogado Wilson Knöner, afirma que ele sofreu um mal súbito enquanto dirigia, o que resultou na perda de consciência e no acidente. Os policiais militares acionados ao local avaliaram que o dentista apresentava sinais de embriaguez — como desorientação e dificuldade de comunicação — e tentaram realizar o teste do etilômetro, mas ele não conseguiu efetuar o procedimento.

Segundo o NDMais, em vez de chamar socorro médico, os agentes realizaram o que chamam de “auto de constatação” de embriaguez e prenderam Ferreira, encaminhando-o à delegacia. De acordo com boletim divulgado pela Polícia Militar de SC, “a guarnição ofereceu o etilômetro, porém ele não conseguiu realizar o teste. Seguindo os protocolos, foi realizado o auto de constatação, pois o condutor apresentava mais de um sinal de embriaguez”.

Morte sob custódia e pedido de explicações

Ferreira deu entrada na delegacia às 20h49 e foi encontrado morto na cela às 7h40 do sábado (19). O laudo pericial inicial indicou ausência de sinais de violência, e exames complementares foram solicitados para esclarecer a causa da morte. Foi coletado sangue da vítima para realização de exame toxicológico.

A família do dentista questiona a conduta dos policiais militares, alegando omissão de socorro e falha grave, reivindicando investigações rigorosas e reparação. Os parentes afirmam ainda que não foram comunicados sobre a prisão, agravando a gravidade da situação.

A Polícia Militar declarou, em nota, estar à disposição para esclarecimentos, mas não confirmou a instauração de investigação interna. Já a Polícia Civil de Santa Catarina afirmou que investiga o caso e que o Delegado-Geral solicitou relatório urgente sobre o episódio.