A BrasPine, principal indústria do setor madeireiro no Paraná, ampliou as férias coletivas para mais de 60% de seus cerca de 2.500 funcionários em resposta ao chamado “Tarifaço de Trump”, que entra em vigor em 1º de agosto. O presidente Donald Trump anunciou a nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, afetando de forma direta a competitividade da madeira nacional frente a concorrentes que seguem com taxas entre 10% e 20%.
A decisão levou à suspensão de contratos, diminuição dos turnos e afastamento temporário de trabalhadores, movimento que reflete o impacto imediato da medida na cadeia produtiva dos Campos Gerais. As plantas fabris de Jaguariaíva e Telêmaco Borba, distantes cerca de 160km uma da outra, concentram a maior parte dos afetados: inicialmente, 700 trabalhadores de Jaguariaíva entraram em férias coletivas de 30 dias. Em novo comunicado, 800 funcionários adicionais foram incluídos na medida, dos quais 50 em Jaguariaíva e 750 em Telêmaco Borba.
A BrasPine justificou que a adoção das férias coletivas busca adequar a capacidade produtiva à nova realidade das exportações, como forma de preservar empregos diante da queda brusca na demanda por produtos brasileiros. Segundo a empresa, a forte elevação da tarifa eliminou a competitividade no principal mercado externo das fábricas paranaenses, obrigando à reprogramação operacional enquanto o setor aguarda por soluções.