Durante o 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, realizado neste fim de semana, a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, dirigiu-se à militância para relembrar a trajetória do partido, agradecer o apoio recebido em momentos decisivos e defender avanços nas pautas econômicas e sociais do governo Lula. Antes mesmo de iniciar seu discurso, Hoffmann foi ovacionada pelos integrantes com o canto: “A Gleisi foi para gente uma excelente presidente”.

Ao iniciar sua fala, Gleisi ressaltou a importância do engajamento da base partidária nas conquistas recentes. “Se é verdade, presidente, que a aliança para ganhar a eleição de 22 foi muito importante, também é verdade que, sem essa militância, sem esse partido forte e unido, a gente não teria construído aquela aliança e subido a rampa do Planalto”, afirmou.

A ministra destacou ainda o orgulho de ter presidido uma legenda que, segundo ela, marcou a história política do país. “Não tem paralelo, a não ser na época do Império, em que eles ficavam sempre no poder da ditadura […] Três vezes ser presidente da República, passando por tudo que passou. Isso diz muito para a política brasileira e para a história do Brasil.”

Entre as conquistas atribuídas ao atual governo, Gleisi citou a retomada de programas sociais e investimentos em áreas estratégicas. “É muita coisa, gente. Esse país cresceu mais de 3% nos últimos dois anos quando todo mundo apostava que não cresceríamos 1%. Nós reduzimos o desemprego à menor taxa histórica e aumentamos a renda do nosso povo.”

A ministra também chamou atenção para a necessidade de mudanças na estrutura tributária. “Não é possível que os muito ricos não paguem imposto nesse país e que o imposto recaia sobre a classe trabalhadora. Está na hora de mudar.” Ela defendeu a proposta que amplia a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil e amplia a tributação sobre rendas mais altas. “Essa oneração vai cair em cima de 143 mil pessoas. É só pra gente ter uma ideia do nível de concentração de renda nesse país.”

Nesse contexto, Gleisi elogiou a campanha do PT que propõe taxar “bancos, bilionários e bets” e pediu mobilização para a aprovação da medida. “Essa gente não pode continuar ganhando dinheiro e não contribuir com a riqueza do Brasil.”

Outro ponto enfatizado foi a necessidade de preservar a soberania nacional. Em referência a pressões externas, Gleisi se manifestou contra qualquer tentativa de ingerência estrangeira. “Agora nós temos que lutar contra a intervenção estrangeira no nosso país. É inacreditável o que está acontecendo […] causado por um ex-presidente e sua família que quer anistia, que se fantasiam com a bandeira brasileira e entregam o nosso país ao estrangeiro. Sem anistia!”

Ela também reforçou o apoio ao Supremo Tribunal Federal e ao ministro Alexandre de Moraes. “Tem sido fundamental no encaminhamento desse processo e não tem baixado a cabeça.”

Segundo Gleisi, o Processo de Eleições Diretas (PED) foi decisivo para reorganizar o partido e preparar o caminho para os próximos embates políticos. “Começou a organização do PT para nós enfrentarmos as eleições de 26. Nós vamos reeleger o nosso presidente Lula.”

Ao encerrar, a ministra fez um apelo à solidariedade internacional e condenou os ataques em Gaza. “É uma vergonha para a humanidade o que o governo de extrema direita de Netanyahu está fazendo com a população palestina […] Viva a luta dos povos, viva o Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras.”

Assista abaixo o pronunciamento na íntegra: