Por Camila Souza com informações das assessorias
O programa Manhã Total da Rádio Lagoa Dourada (98.5 FM) recebeu nesta segunda-feira (11) a presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), Giorgia Bin Bochenek, e a gerente comercial, Ariane Festa. Elas apresentaram detalhes da tecnologia que será utilizada no novo formato que vai substituir o antigo programa Mercado da Família.
A Acipg ficará responsável pela parte tecnológica do programa por meio de um contrato de inexigibilidade de licitação no valor de R$ 12 milhões. Giorgia ressaltou que esse montante não será destinado à Associação e explicou que se trata do valor que a Prefeitura já utiliza para atender famílias beneficiadas. “Esse valor não vai passar para a conta da Acipg. A Associação tem um software e só vai cuidar dos trâmites tecnológicos. Esse dinheiro vai direto para a conta dos beneficiários”, detalha.
Antes, o formato era diferente. A Prefeitura comprava e armazenava os produtos da cesta básica por meio de licitações. Muitas vezes os produtos nem eram adquiridos em Ponta Grossa. Com o novo modelo, a proposta é que todo o processo aconteça na própria cidade. O valor será depositado em um cartão e o beneficiário poderá comprar em mercados credenciados. “Em vez de licitar para comprar fora, a pessoa vai no mercado do bairro e fomenta a economia local”, explica Giorgia.
Ao justificar a participação da entidade, a presidente destacou a missão institucional. “A Acipg é uma associação sem fins lucrativos e não vamos ganhar nada. Esse dinheiro nem passa pela conta da Associação e vai direto para a conta das famílias que são beneficiadas”, reforça.
O software que será usado no programa já é conhecido pela entidade. “Nós já temos esse software faz tempo até porque temos pessoas dentro da própria Associação que desenvolvem esses sistemas para o nosso próprio uso”, disse Giorgia.
A adesão ao programa não está restrita a associados da entidade. “Se você tem um mercado e não é associado da Acipg não tem problema, você ainda vai poder vender para o mercado da família”, esclarece.
A gerente comercial Ariane Festa explicou que o credenciamento de mercados é responsabilidade da Prefeitura. Os interessados devem acessar o site do município. “O mercado tem que ter pelo menos seis meses de atuação e deve apresentar uma série de documentos, mas isso no site da prefeitura”, detalha, citando informações obtidas em reuniões com representantes do Executivo.
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Giorgia reforçou que não há qualquer vantagem financeira para a Associação, mas destacou que a iniciativa vai estimular a economia local e manter o dinheiro na cidade. Ela também informou que a Prefeitura já definiu itens que não poderão ser comprados com o benefício.
Ariane acrescentou que a Acipg já oferece softwares que auxiliam na gestão de empresas do setor alimentício e permitem bloquear produtos que não podem ser adquiridos. “É bloqueado no próprio sistema e já não passa no mercado”, conta.
O novo programa deve entrar em funcionamento até o fim deste mês. “É por isso que a prefeitura está fazendo encontros com os mercados e mercearias locais, tudo para fazer esse levantamento de documentações para o credenciamento”, informa Ariane.
O credenciamento de comércios que querem participar do programa e receber o selo ‘Aqui tem Mercado da Família’, está aberto no site da Prefeitura (AQUI) e é coordenado pela Secretaria Municipal de Administração. Todos os estabelecimentos que se enquadrem nas regras do edital podem participar, contando ainda com o apoio técnico do Escritório de Compras do Município.
Para tirar dúvidas de empreendedores que ainda não se cadastraram, o Escritório de Compras Públicas realiza, nesta segunda-feira (11), uma oficina de orientação sobre o credenciamento do Mercado da Família. Durante o encontro, comerciantes poderão esclarecer dúvidas sobre o processo de credenciamento e os documentos necessários para receber o selo. A oficina será a partir das 19h, na Estação Hub (antiga Estação Arte).
Para ter direito ao benefício é necessário estar em situação de vulnerabilidade e risco social, morar há mais de seis meses em Ponta Grossa, estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico), comprovar renda familiar per capita inferior a meio salário mínimo e passar por análise técnica da unidade responsável pela concessão.
Os interessados devem procurar o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) mais próximo e apresentar a documentação exigida. A triagem busca garantir que o benefício chegue a quem realmente necessita.
Os mercados credenciados receberão o selo ‘Aqui tem Mercado da Família’ e atenderão beneficiários do programa ‘PG+Humana’. Mais de 3,5 mil famílias receberão um cartão com R$ 227,50 mensais para a compra de alimentos da cesta básica. O objetivo é descentralizar as compras, ampliar os pontos de atendimento, facilitar o acesso e fortalecer a economia de todas as regiões da cidade.