Em alusão ao Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, celebrado nesta terça-feira (19/8), a Fundação de Ação Social (FAS) promove, durante todo o mês de agosto, uma série de atividades voltadas à integração e ao fortalecimento de vínculos das pessoas em situação de rua.

São oficinas, rodas de conversa, visitas a museus, apresentações culturais e sessões de cinema. As atividades acontecem especialmente nas unidades da FAS que atendem a esse público.

Rede de proteção

A Prefeitura de Curitiba mantêm uma rede de proteção social reconhecida nacionalmente, que atua de forma integrada para garantir direitos e promover a cidadania da população em situação de rua. As ações envolvem diversas políticas públicas, com destaque para a assistência social, além das áreas de segurança alimentar e nutricional, defesa social, saúde, educação, trabalho e qualificação profissional, cultura, esporte e lazer, desenvolvimento humano e habitação.

Pela FAS, são oferecidos serviços que buscam não apenas o acolhimento, mas também a reinserção social e a construção de novos projetos de vida.

“Nosso empenho é dar oportunidade para que as pessoas em situação de rua possam reconstruir suas histórias, fazer novos projetos de vida e deixar definitivamente as ruas. Cada ação é pensada para valorizar a dignidade humana e mostrar que todos podem ter uma nova chance”, destaca o presidente da FAS, Renan de Oliveira Rodrigues.

Rede de serviços

Na área da assistência social, o município mantém dez Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) e três Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centros Pop). Nesses espaços, as pessoas recebem atendimento especializado, orientação, encaminhamentos e apoio para acesso a direitos.

Para a diretora de Atenção à População em Situação de Rua da FAS, Maria Vanderleia Garcia Santos, os Centros Pop são fundamentais para a construção de estratégias realistas e efetivas de superação da situação de rua. “Nessas unidades, as equipes olham cada usuário com respeito à sua história, limitações e potencialidades, construindo com eles, e não para eles, caminhos de mudança”, explica.

Abordagem social e acolhimento

O atendimento à população em situação de rua inclui abordagem social realizada durante o dia pelas equipes dos Creas e à noite pela Central de Encaminhamento Social (CES), que funciona 24 horas. Quando aceitam atendimento, os usuários são encaminhados para uma das 33 unidades de acolhimento institucional da FAS, sendo 19 exclusivas para essa população. Nesses espaços são oferecidos local para dormir, alimentação, higiene, roupas limpas e atividades socioeducativas, de lazer, capacitação e encaminhamento para vagas de emprego.

Durante o inverno, a FAS amplia a capacidade de acolhimento. Em 2025, são 1.640 vagas fixas e 83 emergenciais, com possibilidade de expansão conforme a demanda.

Trabalho intersetorial

O cuidado com a população em situação de rua envolve também outras áreas da Prefeitura e instituições parceiras. Entre os serviços estão o programa Mesa Solidária (SMSAN), que oferece refeições diárias em cinco pontos da cidade, e o Consultório na Rua (SMS), com atendimentos médicos, odontológicos e psicossociais.

Curitiba também mantém o projeto Nova Morada, Vida Nova (SMDH), com 100 vagas para pessoas com histórico de dependência química, vínculos familiares fragilizados ou egressos de comunidades terapêuticas. A qualificação profissional é oferecida por meio do Liceu de Ofícios e Inovação, com cursos gratuitos em unidades de acolhimento.

Novos projetos de vida

Admilson da Costa, 40 anos, em situação de rua há quase cinco meses, buscou apoio no Centro POP Doutor Faivre. Ele participou de cursos e retomou os estudos, e recentemente foi aprovado no exame de equivalência do ensino fundamental. Ele sonha seguir na Educação de Jovens e Adultos (EJA) para cursar Gastronomia.

Hoje, Admilson trabalha em restaurantes, recebe por dia trabalhado e vem sendo encaminhado pela equipe da FAS para entrevistas de emprego. “Esse trabalho é cheio de riqueza. A gente chega destruído e tem acolhimento de uma mãe”, conta.

Programação

Dia 18
Centro Pop Solidariedade (Rua Engenheiros Rebouças, 875 – Jardim Botânico)
14h: Exibição do documentário A Rua Existe e Resiste e reflexão
14h: Roda de conversa “Por que dia 19 de agosto”
15h30: Roda de conversa “O que é o Ciamp?”

Dia 19
Centro Pop Solidariedade
10h: Grupo AA – informações sobre grupo de mútua ajuda
10h30: Caps Portão – informações sobre tratamento em saúde mental
14h: Roda de conversa sobre Direitos Fundamentais
15h30: Varal Solidário – dignidade e bem-estar

Casa de Passagem Doutor Faivre (Av. Presidente Affonso Camargo, 177 – Centro)
⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠14h: Sessão na Cinemateca: Bixo na Cidade e Ensaio sobre a Cegueira, com debate

Dia 20
Centro Pop Solidariedade
10h: Grupo NA – informações sobre grupo de mútua ajuda.

Dia 21
Centro Pop Solidariedade
10h: Consultório na Rua – informações e testes rápidos
14h: Roda de conversa sobre Direitos Sociais

Unidade de Acolhimento Institucional Bairro Novo (Rua David Tows, 2604 – Sítio Cercado)
14h: Oficina “Minha voz, minha história, meu lugar” – confecção e exposição de cartazes

Dia 22
Centro Pop Solidariedade
9h: Extensão Universitária PUC – Projeto de Vida
14h: Orientações sobre autocuidado e autoestima, com corte de cabelo e barba

da assessoria