Quinta-feira, 28 de Agosto de 2025

Saiba quais emojis pedófilos usam para atrair crianças nas redes sociais

Símbolos banais como macarrão, milho, bala e pizza servem de código entre abusadores para troca e aprovação de imagens de crianças na internet
2025-08-27 às 16:31

A investigação policial sobre exploração infantil online revela que pedófilos vêm utilizando emojis aparentemente inocentes como códigos para se comunicar em comentários de fotos e vídeos de crianças nas redes sociais. Esses símbolos funcionam como linguagem secreta para identificar outros abusadores, aprovar conteúdos ou sinalizar interesse, passando despercebidos por pais e responsáveis.

Como os emojis viram códigos de abuso

Segundo autoridades e especialistas, emojis como o macarrão instantâneo (🍜), milho (🌽), bala (🍬), pirulito (🍭) e pizza (🍕) têm seus significados distorcidos na linguagem do crime. O emoji de macarrão é associado à palavra inglesa “noodles”, que soa como “nudes”, indicando troca de imagens íntimas de menores. Já o milho (“corn”, em inglês) remete à palavra “porn”, sendo sinal para a busca ou oferta de pornografia infantil.

Outros símbolos também fazem parte deste vocabulário oculto. O emoji de espiral azul (🌀) marca interesse em meninos, enquanto o coração dentro de outro (💗) ou o queijo (🧀) são usados por aqueles que buscam imagens de meninas. Bala, pirulito e pizza são aplicados para demonstrar aprovação por fotos ou vídeos postados por crianças, além de chamar a atenção delas e iniciar conversas.

Por que pais e responsáveis devem se preocupar

O contato inicial pode ocorrer com comentários elogiosos e emojis infantis, abrindo caminho para o “grooming” — processo de aliciamento, em que o abusador ganha a confiança do menor antes de fazer pedidos explícitos. A atuação desses criminosos é feita, muitas vezes, utilizando perfis falsos e linguagem cuidadosamente disfarçada.

A polícia, organizações que protegem a infância e especialistas em segurança digital recomendam atenção redobrada à presença digital das crianças. Orientam que pais monitorem comentários e perfis suspeitos, conversem sobre os riscos e sempre denunciem toda suspeita às autoridades competentes, como o canal Disque 100 do Ministério dos Direitos Humanos.

Como se proteger

Monitorar a atividade online das crianças, não compartilhar dados pessoais e orientar sobre os perigos das redes são passos essenciais para a prevenção. Sempre que suspeitar de alguma abordagem, é fundamental interromper o contato, salvar conversas como prova e buscar ajuda das autoridades.