A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, poderá ser chamada a prestar depoimento na Justiça em um processo que questiona o uso de recursos públicos para custear viagens ao exterior. A ação foi apresentada pelo vereador de Curitiba, Guilherme Kilter (Novo), e tramita na 9ª Vara Cível da Justiça Federal do Distrito Federal.

As informações foram divulgadas pelo portal RIC, que destacou que o pedido de depoimento de Janja faz parte de uma ação popular que busca a anulação dos atos administrativos que autorizaram o pagamento das viagens. Caso a Justiça aceite os argumentos, a primeira-dama poderá ser obrigada a ressarcir os cofres públicos.

De acordo com registros do Painel de Viagens do Executivo, desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram destinados aproximadamente R$ 237 mil em passagens aéreas de voos comerciais para a primeira-dama. Em diversas ocasiões, Janja utilizou a classe executiva, categoria que pelas regras só pode ser acessada por ministros ou servidores de alto escalão.

O vereador Guilherme Kilter, que é um dos autores da ação, afirma que as viagens não têm respaldo legal. “Nós processamos a primeira-dama contra suas viagens internacionais, principalmente para Paris, Moscou, Nova York e Roma, porque ela usou aviões da FAB sem a companhia do presidente. Em tese, é a presença dele que dá legitimidade para o uso das aeronaves. Por isso pedimos que a Justiça impeça de viajar novamente dessa forma e obrigue a devolver o dinheiro público já gasto”, disse.

Kilter também questiona a defesa apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU) no caso. Segundo ele, a instituição não poderia atuar em favor da primeira-dama por ela não exercer cargo oficial no governo. “Por isso pedimos que a Justiça desconsidere essa defesa e determine que a própria Janja contrate advogado particular, além de prestar depoimento pessoal para explicar seus gastos”, completou.