Sábado, 13 de Setembro de 2025

Gleisi defende democracia em encontro do PT-Paraná

2025-09-13 às 13:07
Foto: Fabrício Santos

A ministra Gleisi Hoffmann participou neste sábado (13) do Encontro Estadual do PT-Paraná realizado em Curitiba, na sede do SINTRACON (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil). O evento marcou a posse da nova presidência estadual do PT, a composição da Executiva — formada por 20 membros, além do presidente e da liderança da oposição — e também a instalação do novo Diretório Estadual, integrado por 62 membros.

Gleisi parabenizou os novos dirigentes e ressaltou a importância da democracia e a vitalidade do Partido dos Trabalhadores. Em seu discurso, também enfatizou a relevância da recente condenação de Jair Bolsonaro e de militares envolvidos na tentativa de golpe de Estado.

Gleisi lembrou que o Brasil vive atualmente o período mais longo de democracia de sua história, iniciado com a Constituição de 1988. “Nesses 45 anos de democracia, o PT venceu cinco eleições presidenciais, e Lula ganhou três vezes. Nós jamais chegaríamos a governar o país se não tivéssemos um regime democrático, se nós não pudéssemos fazer a luta política pelo povo trabalhador brasileiro. Por isso, quando a gente luta pela democracia, estamos lutando pelo direito das pessoas se manifestarem e lutarem por aquilo que elas acreditam”, disse.

A ministra ressaltou ainda a importância da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou Bolsonaro e sete militares pelos atos golpistas. “É a primeira vez na história do país que militares são julgados e condenados por um tribunal civil. Essa decisão tem um valor histórico imenso. Não podemos aceitar anistia para quem atentou contra o Estado de Direito”, defendeu.

Gleisi recordou ainda da anistia concedida após o golpe militar de 1964. Segundo ela, a chamada “anistia ampla, geral e irrestrita” acabou beneficiando muito mais os que deram o golpe e sustentaram a ditadura do que as vítimas do regime. “Por isso, a decisão do Supremo Tribunal Federal tem um peso histórico enorme, porque pela primeira vez vemos a responsabilização de quem atentou contra a democracia”, destacou.

Para Gleisi, anistiar os responsáveis pelo golpe seria “passar pano” e abrir espaço para novas tentativas de ruptura democrática no futuro. Ela reforçou que é legítimo discutir redução de penas, mas não o perdão. “Se querem discutir redução de pena, é outra coisa. Agora, crime contra o Estado de Direito não pode ser perdoado e nem anistiado”, frisou.

A ministra também destacou o papel fundamental do STF na garantia da legalidade durante as eleições de 2022, lembrando que decisões firmes da Corte asseguraram a posse de Lula. “Vocês lembram que a Polícia Rodoviária Federal tentou impedir o pessoal de votar no segundo turno? Se não fosse o Supremo, Lula não teria subido a rampa do Planalto”, disse.

Por fim, Gleisi alertou para a necessidade de firmeza do Congresso diante da pauta da anistia e criticou articulações de setores da oposição. “Nós vamos ser firmes e vamos ter que enfrentar essa pauta no Congresso Nacional. Nossa luta é fundamental, porque estamos diante de um fato histórico que marca a defesa da democracia no Brasil”, concluiu.

da assessoria