A Venezuela deu início, neste sábado, ao treinamento de civis em mais de 300 quartéis para o uso de armas curtas e longas, medida adotada como resposta às recentes tensões com os Estados Unidos. A convocação partiu do presidente Nicolás Maduro, que orientou a população inscrita na Milícia Bolivariana — braço civil das Forças Armadas — a se preparar para o enfrentamento armado caso o país seja alvo de agressão norte-americana.
O general Miguel Yilales, responsável por operações de defesa na região de Bolívar, informou que a iniciativa visa fortalecer a preparação e a capacidade operacional dos venezuelanos diante do que o governo considera ameaças dos EUA. Nos treinamentos, os participantes aprendem técnicas de manejo de armas, posições de tiro e pontaria, avançando de novatos a atiradores especializados em exercícios práticos denominados “linha de fogo”.
A escalada ocorre após o envio de sete navios de guerra e um submarino nuclear com mais de 1.400 fuzileiros navais americanos para regiões próximas à costa venezuelana. Washington afirma que tais operações destinam-se ao combate ao narcotráfico, mas acusa Maduro de liderar o Cartel de los Soles, oferecendo recompensa milionária por sua captura. O governo venezuelano, por sua vez, nega o envolvimento com tráfico e classifica a movimentação como tentativa de mudança de regime, afirmando estar pronto para uma “guerra prolongada”.
Maduro também declarou que as Forças Armadas e agentes de segurança estão designados a proteger toda a extensão da costa venezuelana em 284 frentes de batalha.