Sábado, 27 de Setembro de 2025

Ex-jogador do Corinthians tem nome citado em esquema do PCC que aliciava jogadores da base

Além da aliciação, ele também foi citado em inquéritos por suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa
2025-09-26 às 20:00
Foto: Reprodução/ Redes sociais

O ex-atleta Danilo, campeão mundial com o Corinthians em 2012, foi citado em inquéritos por suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo outros investigados, o papel do ex-jogador seria atuar como “crivo técnico” na triagem de jovens jogadores do Corinthians que eram agenciados por empresas associadas ao esquema.

Segundo informações do Portal Ric, a suspeita surgiu durante investigações conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pela Polícia Federal, que analisaram mensagens de um grupo de WhatsApp ligadas a homicídios ocorridos entre 2021 e 2024. Os diálogos indicam que integrantes do PCC consultavam Danilo para obter avaliações técnicas e identificar quais jovens atletas deveriam ser priorizados pelas empresas de agenciamento ligadas ao esquema.

Danilo, além de ex-jogador consagrado, atuava como treinador nas categorias de base do Corinthians (Sub-20 e Sub-23), tendo conquistado a Copa São Paulo de 2024. A sua experiência e posição eram citadas como referência técnica nas discussões.

Entre os casos relatados nas conversas, o meio-campista Du Queiroz, então nas categorias de base do Corinthians, foi apontado como um dos atletas aliciados. Mensagens mostram que Filipe de Lucca Morais Tancredi, da empresa FFP Agency, consultou Danilo sobre o jogador, descrevendo-o como “o melhor” do time e com a “pegada do Paulinho”, antes de avançar nas negociações com Rafael Maeda Pires (Japa), suposto integrante do PCC. As conversas também mencionavam valores divergentes, como “100k” e “50k”, mas não esclarecem a natureza do pagamento.

Até o momento, não há evidências de que Danilo tenha participado diretamente das transações de agenciamento. Também não existem indícios de que os jovens atletas envolvidos soubessem da origem ilícita dos recursos que circulavam pelas empresas ligadas aos investigados.