Terça-feira, 30 de Setembro de 2025

Especialista alerta para malefícios das mudanças climáticas e aumento das alergias

2025-09-30 às 11:57
Foto: Edu Vaz/ D’Ponta News

O programa Manhã Total da Rádio Lagoa Dourada (98.5 FM) recebeu nesta terça-feira (30) o médico otorrinolaringologista Rafael Santos. Ele falou sobre os problemas ocasionados com a chegada da primavera, que começou na semana passada, período que traz sintomas alérgicos e riscos para quem já tem fragilidade respiratória. O programa é transmitido de segunda a sexta-feira das 8h às 10h da manhã, também pelo canal da rádio no YouTube.

De acordo com o especialista, é nesta época do ano que a polinização das plantas se intensifica e somada a um clima considerado atípico desencadeia sintomas que afetam grande parte da população. “Essas partículas de pólen que entram em contato com a via respiratória desencadeiam esses sintomas de alergia”, explica. Ele citou ainda os casos de coceiras, espirros, coriza, coceira na garganta, olhos irritados e lacrimejamento em pessoas com rinite alérgica sazonal. O médico lembrou que ao menos 40% das pessoas possuem algum tipo de alergia.

Essa condição tende a se agravar em momentos de seca e no início da primavera. “O ar muito seco permite que as partículas de poeira fiquem suspensas por mais tempo e isso estimula a alergia. Já na época de primavera temos a polinização de várias plantas e as partículas ficam suspensas no ar”, detalha.

Apesar do fim do inverno, Rafael Santos ressaltou que ainda há muitos atendimentos por infecções respiratórias, um reflexo das temperaturas amenas que se prolongaram além do esperado. “Há ainda muita infecção de garganta, sinusite e infecção de ouvido em crianças e adultos”, observa. Ele reforçou que os vírus seguem circulando e contribuem para esse quadro.

O médico chamou a atenção para um comportamento diferente em 2025 em relação a anos anteriores. Ele percebeu que as infecções respiratórias, que normalmente reduziam em setembro, continuaram em alta. Esse cenário se somou às mudanças repentinas do clima, o que agrava ainda mais a situação. “Acaba desencadeando crises de alergia pela diferença de temperatura e oscilações. Isso favorece esse número maior de infecções respiratórias”, afirma.

Segundo Rafael, essas oscilações não causam resfriados, mas desencadeiam sintomas semelhantes à alergia, conhecidos como rinite não alérgica. Esse quadro pode evoluir para algo mais sério. “O sintoma é igual mas ele não é desencadeado por um estímulo de poeira ou pelo de cachorro. É ocasionada pela oscilação de temperatura que gera os mesmos sintomas e acaba acumulando secreções e vem as infecções secundárias”, explica.

Para quem já tem alergias recorrentes, a recomendação é tratar de forma preventiva e não apenas durante uma crise. “Quem tem sintomas recorrentes de alergia nessa época deve fazer o tratamento preventivo por no máximo 60 dias, com uma dose diária e baixa de medicamento para diminuir os efeitos da oscilação de temperaturas e infecções que podem ter”, destaca.

Ele orienta também a realização de inalações apenas com soro fisiológico. “Não há nenhuma contraindicação porque vai lubrificar, umidificar e facilitar a eliminação de secreções”, disse. No entanto, fez um alerta sobre o uso inadequado de medicamentos nesses aparelhos. “Eles têm efeitos colaterais e precisam fazer ajuste de doses e o tempo de tratamento para cada pessoa”, explica.

Outro ponto levantado pelo especialista foi a importância da manutenção do ar-condicionado, já que o aparelho pode agravar crises alérgicas. “O ar mais seco e frio pode estimular as crises de alergia para algumas pessoas”. Ele ressaltou que a falta de higienização transforma o equipamento em risco. “Quando o ar passa pelo filtro vai ser jogado no ar com fungos e sujeira”, relata. A recomendação é realizar a limpeza do filtro ao menos uma vez por mês quando o aparelho é usado com frequência.

Para quem quiser buscar ajuda, o doutor Rafael Santos atende na O1 Saúde, localizada na Rua Padre Ildefonso, nº 475, no Centro de Ponta Grossa.

Acompanhe o programa na íntegra:

Por Camila Souza