Por: Amanda Martins
No street style, nas passarelas e até nos palcos, os microshorts vêm se consolidando como uma das tendências marcantes da moda desde 2024. Em versões jeans, com babados ou em malha, as peças se destacam pelo comprimento diminuto, muitas vezes se aproximando de hot pants ou até mesmo de uma calcinha menos cavada. Mais do que uma escolha ousada de styling, os microshorts carregam um discurso estético ligado à valorização de silhuetas associadas à magreza extrema.
Segundo informações do Portal Metrópoles, em 2024, grifes como Gucci, Chloé e Bottega Veneta já haviam apostado no modelo. Neste ano, Prada e Dolce & Gabbana deram continuidade à tendência em suas coleções. Fora das passarelas, artistas como Tate McRae, Addison Rae, Tyla e Sabrina Carpenter aderiram às minipeças em suas performances, assim como integrantes de grupos de K-pop como Blackpink e Katseye.
A estética por trás da tendência resgata referências da virada do milênio, em especial a estética Y2K e o heroin chic dos anos 1990, popularizado por modelos como Kate Moss. Esse estilo exaltava a magreza extrema, a fragilidade e um visual propositalmente desleixado, pontos que voltam a alimentar discussões sobre a forma como o corpo magro é reposicionado como protagonista da moda atual.
O movimento, no entanto, levanta preocupações. Especialistas alertam que, em meio ao ritmo acelerado do mundo contemporâneo, muitas mulheres podem recorrer a métodos duvidosos ou medicamentos para emagrecer rapidamente em busca de atender a padrões estéticos. Além dos riscos de efeitos colaterais à saúde, o alto custo desses produtos contribui para uma elitização do corpo idealizado, restringindo o acesso a quem pode pagar por tais recursos.