Domingo, 22 de Dezembro de 2024

“Teríamos pessoas morrendo de fome e todo o comércio estaria quebrado”, afirma Rangel em defesa do escalonamento do comércio

2020-05-25 às 11:31

O equilíbrio entre as medidas de isolamento social adotadas no combate ao coronovírus e a retomada das atividades econômicas foi defendido pelo prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel durante entrevista para o ‘Programa JB Urgente’. O prefeito conversou com o diretor do Grupo Barbiero Comunicações, João Barbeiro, na noite do último domingo (24). 

Rangel defende que a saúde e a economia precisam caminhar lado a lado. “O problema é grave nos dois setores. Na saúde é gravíssimo, porque a doença é séria, mas no setor da economia também é extremamente grave”, afirma.

Entretanto, para o prefeito, a prioridade é salvar vidas. “Por ordem, em primeiro lugar vem a saúde, depois a economia; mas a diferença é muito pequena”, reconhece. “Sem emprego nós teremos miséria e também problemas muito graves que são efeitos colaterais da falta do setor econômico”, acrescenta.

Comércio de PG fechou em março

O prefeito Marcelo Rangel lembra que a primeira intervenção da Prefeitura Municipal na economia devido à pandemia de Covid-19 aconteceu no dia 23 de março com a interrupção da movimentação do comércio por duas semanas. 

“Agora, já imaginou se a gente tivesse fechado a economia lá atrás, há 60 dias, e até hoje não tivesse reaberto?”, questiona. “Teríamos pessoas morrendo de fome, todo o comércio estaria quebrado em Ponta Grossa e para se recuperar seria praticamente impossível”, alerta.

Ele cita como exemplo a cidade de São Paulo, onde a quarentena foi prorrogada até 31 de maio. “O comércio quebrou completamente e hoje eles estão numa situação dramática. Eles não podem retornar porque a taxa de infecção está muito alta e também não podem fazer o lockdown completo, porque já não existe mais a obediência civil devido ao desespero das pessoas para voltar a trabalhar”, enfatiza.

Busca pelo equilíbrio

Em Ponta Grossa, o comércio foi autorizado a retornar às atividades no dia 07 de abril gradualmente, com escalas de funcionamento e horário de atendimento reduzido. “Metade das pessoas querem que a cidade feche completamente e os outros 50% querem que abra tudo. Não existe um meio-termo. Nesse momento a gente precisa ter bom senso”, diz.

Segundo o prefeito, o escalonamento do comércio é o equilíbrio necessário. “Tanto a vida quanto a economia precisam ter uma atenção com responsabilidade. Nós precisamos retornar à vida normal, mas neste momento nada está normal no mundo”, salienta. 

Aumento do número de casos não têm relação com a reabertura do comércio

De acordo com Rangel, o aumento do número de casos de coronavírus em Ponta Grossa não tem relação com a reabertura do comércio. “Nós não vimos através do nosso mapeamento nenhuma ligação com reabertura do comércio, do shopping, a liberação das igrejas ou das academias. Se não estivesse funcionando, nesse momento nós já teríamos os primeiros casos relacionados a isso”, enfatiza. 

Crise econômica é causada pela Covid-19

O prefeito acredita que, mesmo com a abertura completa do comércio, os consumidores continuarão com receio de comprar. “Os empresários estão sofrendo e nós sabemos disso. As pessoas não estão consumindo, mas isso não é devido ao decreto da Prefeitura”, garante. 

“O maior problema da economia é a pandemia. As pessoas não querem sair, não querem consumir, porque sabem que o vírus está no ar por aí. É muito mais difícil você atrair o consumidor por causa disso”, reforça.

Rangel também adianta que a Prefeitura Municipal está estudando a possibilidade de avançar na abertura do comércio, com responsabilidades ainda maiores e restrições severas.