Sexta-feira, 20 de Setembro de 2024

Pesquisa da UFPel e do Ibope estima 6 mil casos de coronavírus em PG; município é o único com taxa de mortalidade zero

2020-05-27 às 09:33

Na manhã desta quarta-feira (27), o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel, comemorou os resultados da pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) e pelo Centro de Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que mede o avanço do coronavírus no Brasil. 

Os números foram divulgados na noite de ontem (26) e trazem uma estimativa do número de contaminados em Ponta Grossa, curados e taxa de mortalidade da Covid-19 na cidade. 

Segundo a pesquisa, Ponta Grossa tem 5.980 possíveis infectados, ou seja, 1,7% da população já pegou a doença e desenvolveu anticorpos contra o vírus. Das 133 cidades que participaram do estudo, Ponta Grossa foi a única com taxa de mortalidade zero, pois não houve nenhum óbito confirmado por coronavírus até o momento. 

Na opinião de Rangel, a notícia é boa e merece ser comemorada. “Eu sempre falo que a gente tem que comemorar dia após dia, porque a gente não sabe o dia de amanhã”, comenta. 

Ele reforça que as demais cidades com a mesma taxa de infecção já tiveram óbitos por causa do coronavírus. “É inegável que esta é uma notícia maravilhosa. Ponta Grossa é a única cidade que não tem morte [em decorrência da Covid-19], mesmo com o índice de infecção igual às outras”, enfatiza.

Para o prefeito, o resultado da pesquisa é sinal de que as medidas de distanciamento social adotadas na cidade estão funcionando. “Nós estamos conseguindo conter o avanço da doença devido à muitas medidas e a própria população se protegendo. Está funcionando”, salienta.

Rangel pede para que a população continue seguindo as medidas de prevenção. “A gente insiste e acaba se tornando repetitivo. Vale a pena ser repetitivo, porque estamos salvando vidas”, frisa.

Números oficiais

O prefeito Marcelo Rangel aproveitou para explicar a diferença entre os 6 mil possíveis infectados e os 62 casos registrados oficialmente pela Fundação Municipal de Saúde.

“Esses casos oficiais são de pessoas que foram testadas porque estavam com sintomas de médios a graves. A pessoa começou a ter falta de ar, teve febre alta, ficou de cama e o médico pediu para se fazer o exame”, detalha. O teste é realizado pelo método PCR em laboratório credenciado ao Laboratório Central do Estado (Lacen).

A primeira diferença, destaca Rangel, é que a pesquisa do Ibope e da UFPel utilizou testes rápidos. Além disso, foram testadas apenas pessoas saudáveis e que não apresentavam sintomas de contaminação pelo novo coronavírus.

“Imagine que a pessoa não teve sintomas, não ficou doente e o resultado mostra que ela teve anticorpos. Não quer dizer que ela está doente, quer dizer que ela já teve a doença e já se curou”, frisa Rangel. 

O prefeito reforça que o resultado da pesquisa é apenas uma estimativa e está sujeita à margem de erro. “Como é impossível testar todo mundo, eles testam um grupo de pessoas e fazem uma projeção. No caso de Ponta Grossa, são seis mil pessoas que podem ter contraído a doença e nem imaginam”, destaca.  

Para Rangel, o dado mais importante é a taxa de mortalidade. “O número que ninguém pode negar é o número de mortes que nós não temos. A taxa de mortalidade em Ponta Grossa é zero e, se Deus quiser, vai permanecer assim”, salienta.

Entenda como foi realizada a pesquisa

O estudo realizado pelo Ibope e pela UFPel entrevistou 250 pessoas em Ponta Grossa no mês de maio.

Os pesquisadores iam até as residências e perguntavam se algum morador gostaria de participar da entrevista de forma voluntária. Os interessados eram submetidos ao teste rápido, através da coleta de sangue. Nesta etapa, apenas um morador podia participar. Caso o resultado fosse positivo, os demais moradores também eram testados. 

“Eu sempre critico os testes rápidos, mas como eles fizeram centenas de testes na cidade inteira eles conseguem ter um índice de credibilidade maior”, explica Rangel. 

O prefeito acrescenta que o testes rápidos são úteis para realizar o mapeamento da infecção na cidade. “Como foi feito um volume muito grande de testes, os pesquisadores conseguem fazer um mapeamento, mesmo não tendo índices de credibilidade tão altos em uma única amostra”, diz.

Resultados da pesquisa no país

De acordo com o levantamento feito pelo Ibope e pela UFPel, São Paulo é a cidade com o maior número de infectados, com 379 mil casos estimados. A cidade mais infectada é Tefé, no Amazonas, onde estima-se que 19,6% da população contraiu a doença. A taxa de mortalidade mais alta – 1,92% – foi encontrada pelos pesquisadores no Rio de Janeiro. 

A pesquisa

O Ministério da Saúde disponibilizou 100 mil testes rápidos para medir o avanço do coronavírus no Brasil o nível de imunização da população ao coronavírus. Foram selecionadas 133 cidades para participar do estudo e contou com 2,6 mil pesquisadores do Ibope e da UFPel.

As declarações foram dadas por Rangel na manhã desta quarta-feira (27), durante o ‘Programa Nilson de Oliveira’, que apresenta na Rádio Mundi FM.

Veja os dados da pesquisa:

Imagem: Reprodução/Facebook