A deputada federal Aline Sleutjes promoveu uma audiência virtual do Fórum Nacional de Incentivo da Cadeia Leiteira com produtores de leite da agricultura familiar. O primeiro encontro remoto aconteceu na tarde da última segunda-feira (6) com o apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária e da Subcomissão do Leite na Câmara Federal. A parlamentar foi a mediadora da reunião em que os participantes – cujas produções são de até 500 litros por dia – expuseram suas demandas e deram sugestões sobre como superar as dificuldades deste segmento.
A deputada destaca que o leite faz parte da economia de 99% dos municípios do Brasil e representa o montante de 20 milhões de empregos diretos e indiretos. “O leite está presente na vida de praticamente todo cidadão: no café da manhã das famílias, nas merendas escolares, em muitos produtos caseiros ou industrializados, enfim, o leite faz parte da nossa cultura alimentar”, comenta.
Ela reforça que o setor vem enfrentando problemas há muito tempo, mas que foram agravados pela pandemia do novo coronavírus. “Temos batalhado junto ao Governo Federal que está sensível a essa demanda, é um grande parceiro por meio das ações dos ministérios da Agricultura, Economia e outros. Cito como exemplo as condições, vigentes, desde o último dia 1º, de financiamentos para os agricultores por meio do novo Plano Safra, que propõe juros mais baixos, menos burocráticos e outros benefícios. Não queremos que o pequeno produtor pague para trabalhar. Vamos somar esforços para mudar essa realidade”, garante
A produção de leite da propriedade da participante Gislaine Oliveira é de 350 litros de leite por dia, no município de Dracena, em São Paulo. Ela expôs as dificuldades com o preço baixo do produto e a falta de recursos para buscar avanço, tecnologia e inovação.
“Era necessário que nós tivéssemos mais autonomia para determinar quanto vale o nosso produto de forma mais justa, sem ficar à mercê de uma decisão do mercado”, avalia. Gislaine acrescenta que uma alternativa é recorrer às cooperativas. “Muitas vezes, o valor do litro tem centavos de diferença para os das cooperativas, e os produtores não dão prioridade. Também temos que cumprir uma série de normativas, o que é difícil em muitos momentos com a pouca contrapartida por parte do poder público”, enfatiza.
Para Anselmo Pivatto, que tem propriedade em São Miguel do Iguaçu, no Paraná, o produtor de leite ‘não é o vilão’. A observação dele foi feita em relação aos reajustes do preço do alimento para o consumidor final. Segundo Pivatto, ‘o produtor é quem ganha menos na ponta dessa cadeia’.
“Nossa busca por eficiência é diária, mas isso requer investimentos extras. Porém, como gastar mais do que o planejado com um mercado tão volátil e incerto? Gostaríamos de poder contar, por exemplo, com as tecnologias e avanços genéticos disponíveis para nosso mercado, mas é fora da nossa realidade financeira no momento. Vemos negócios indo à falência e ficamos preocupados, não queremos ter que enfrentar isso”, desabafa.
A deputada federal Aline Sleutjes fez balanço positivo da primeira audiência do fórum virtual, destacando que a legislação e as políticas públicas voltadas aos produtores do Agro tem tido avanços significativos nos últimos tempos. Ela acrescenta que serão realizados mais cinco encontros virtuais, sendo um por semana, para apresentar um plano para cadeia leiteira visando às soluções que esse setor necessita.
Informações e imagens: Assessoria de imprensa