Domingo, 15 de Dezembro de 2024

15 países no mundo ainda não registraram casos de COVID-19

2021-01-06 às 14:20
17.04.2020 – Teste do vocid-19 Foto Gilson Abreu/ANp

A maioria dos países tem lutado nos últimos meses contra a pandemia da covid-19 e muitos enfrentam já uma terceira onda. No entanto, em certas partes do mundo, o coronavírus ainda não chegou. A maior parte destes países é constituída por ilhas remotas que se beneficiam da fronteira única com o oceano. Apesar de estarem livres da doença, não foram poupados dos impactos econômicos da pandemia.

O uso de máscara, o distanciamento físico, as ordens de recolher são medidas familiares para grande parte das pessoas em todo o mundo. Porém, em alguns países, ainda não foi necessário impor este tipo de medidas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são 15 os países que não registraram nenhum caso de covid-19 até agora.

A maioria dos países livres do vírus SARS-CoV-2 são ilhas remotas, sendo o Pacífico a região que aglomera o maior número destas nações insulares. Alguns deles são os países menos populosos do mundo.

Tonga, Kiribati, Samoa, Micronésia, Tuvalu, Naurau, Niue, Ilhas Cook e Palau estão entre os 15 países sem nenhum caso ou morte por covid-19. Por serem remotos e raramente visitados, não chegaram lá casos importados de infeção e, consequentemente, também não houve contágio local.

Turismo

Esses países, no entanto, têm no turismo uma grande parcela da receita econômica e, em um momento em que as fronteiras foram fechadas, suas economias, por si só já frágeis, sofreram uma grande quebra e o desemprego disparou.

Nas ilhas Cook, por exemplo, o turismo tem um peso estimado em mais de dois terços do Produto Interno Bruto (PIB). Por isso, quando o país fechou as fronteiras a turistas em meados de março, o impacto na economia foi sentido rapidamente e de forma acentuada.

“No momento em que fechamos as nossas fronteiras, isso afetou os bolsos do nosso povo”, disse o primeiro-ministro Mark Brown, citado por The Guardian.

Desde então, a economia tem sido sustentada por um pacote de ajudas do governo local que mantém os trabalhadores em seus empregos e uma fração da atividade comercial em funcionamento.

Do outro lado do Pacífico, manter as fronteiras fechadas também foi a medida imposta para manter o vírus fora do alcance. Tonga suspendeu quase todas as entradas e saídas do país e escapou do vírus, assim como Kiribati, Niue, Nauru e Tuvalu.

Nos países que já são isolados por natureza, ficar fora do radar da pandemia foi uma tarefa relativamente fácil. O arquipélago de Toquelau (sob a administração da Nova Zelândia) e as Ilhas Pitcairn (território britânico) são das únicas regiões no mundo sem pista de pouso para aeronaves.

Em março, Tonga impediu navios de cruzeiro de atracar em seu território e fechou o aeroporto local. O país chegou até a fazer confinamento, embora não tivesse nenhum caso confirmado. “Acho que o governo fez um bom trabalho ao manter a covid-19 longe de Tonga, mas teve um grande impacto nos negócios comerciais, principalmente no setor do turismo e alojamento. É muito, muito ruim”, lamentou Paula Taumoepeau, presidente do setor do Comércio e Indústria de Tonga. “Nenhuma das empresas escapou”, acrescentou Taumoepeau à U.S. News.

Nas ilhas Fiji, que registaram um total de 49 casos e duas mortes até ao momento, a economia sofreu uma queda de 20% em 2020 e milhares abandonaram o emprego no setor do turismo.

Para além das Fiji, outras nações do Pacífico, com sistemas de saúde frágeis, não foram poupadas da pandemia. Vanuatu e as Ilhas Marshall registaram os primeiros casos por parte de turistas, apesar de contarem até ao momento com apenas um e quatro casos de infeção, respectivamente.

Papua-Nova Guiné regista 799 casos e nove mortes, enquanto a Polinésia Francesa foi particularmente afetada pela covid-19, com mais de 17.088 casos e 121 óbitos registados.

Para além destes países do Pacífico, existem outros que até ao momento não reportaram qualquer caso da doença. São eles a Coreia do Norte, o Turquemenistão, Santa Helena e Samoa Americana.

 

Da Agência Brasil