Particularmente, me considero uma caçadora de vinhos exóticos e, sempre que encontrar essas preciosidades, vou compartilhar com vocês! O vinho que destaco na coluna hoje é produzido pela Maturana Winery, vinícola fundada por José Ignacio Maturana junto com seu irmão Sebastian e sua família. Em 2010, movidos pela paixão, e após o grande terremoto que afetou o Chile, decidiram começar a produção de vinhos de qualidade excepcional e com o intuito que fossem únicos, que representassem um modo de vida e que mantessem intactas as condições adequadas de suas uvas.
A Maturana Winery é uma das vinícolas boutique mais premiadas do Chile nos últimos tempos, e recebeu prêmios como “Melhor Projeto Vínico do Ano” e “Vinha Mais Inovadora do Ano 2017”, concedido pelo círculo de cronistas gastronômicos e jornalistas do vinho no Chile. “Temos um forte compromisso com a divulgação dos antigos vinhedos existentes na área central do Chile, datados de aproximadamente 1910, com vinhedos históricos como Pais, Torontel, Semillon, San Francisco entre outros”, destaca José Maturana.
Essas vinhas têm várias gerações e muitas videiras são invadidas por culturas intensivas como o pinheiro e o eucalipto, mas relutam em abandonar o local de origem e assim continuam a produzir uvas com qualidades socioculturais únicas. A família Maturana apoia a gestão da vinha de uma forma natural, com o pagamento responsável (comércio justo) por quilo de uva a mais de 5 vezes o preço de mercado por quilo (historicamente grandes empresas monopolizam a compra e fixam o preço aos pequenos produtores da agricultura camponesa e, às vezes, esse preço está abaixo do custo de produção, isso significa que as cepas patrimoniais, ou seja, o patrimônio vitícola do Chile está em perigo de extinção) e dão força para criar um conceito de crescimento horizontal, no qual o produtor ou processador dessas uvas se junta ao produtor de patrimônio de vinhas, e a comercialização desses vinhos é feita em diferentes países do mundo.
VOX
A uva viognier é a principal personagem do rótulo Vox e, segundo alguns cientistas, é originária da Dalmácia (Croácia), mas acreditam que ela tenha sido levada para o Rhône, pelos romanos, há mais de 2.000 anos e por lá ficou. Atualmente é produzida em vários países, é uma uva de cultivo considerado difícil, com baixo rendimento e só deve ser colhida bem madura. O VOX, que provei, é assim chamado por ser uma variação da uva viognier oxidada. Seu processo já começa com um nome criativo e exótico, é um vinho natural e as uvas são cultivadas no setor de sopé de San Clemente, localizado a cerca de 150 quilômetros ao sul da Região Metropolitana, no Vale do Colchagua. É fresco e poderoso, com grande caráter de fruta. No nariz, este vinho destaca-se pelos aromas florais e muito frutados como o damasco, notas suaves de pêssego, flores brancas e outras frutas tropicais, aromas que contradizem os sabores que iremos encontrar na boca.
Neste caso particular, este branco foi vinificado como “tinto” deixando as uvas repousarem 2 meses com as suas cascas, matizando ligeiramente a cor do vinho branco para um branco com um toque dourado. O resultado é um vinho corpulento e com muito boa estrutura, mas ao mesmo tempo muito refrescante e suculento. Destaco ainda que a vinícola elabora seus vinhos pelo método ancestral, são vinhos classificados como Vinhos Naturais (utiliza-se fermento natural, baixas doses de sulfitos que vão apenas na altura do engarrafamento e com zero intervenção ou correção do vinho na sua vinificação). A maioria dos vinhedos selecionados para produzir estes vinhos datam dos anos 1900 a 1945. O foco da vinícola é resgatar as cepas patrimoniais do Chile e conseguir vinhos diferenciados e de alta qualidade, respeitando a origem dessas variedades e o produtor, por meio do pagamento de um preço justo por quilo de uva.
Na coloração, o VOX apresenta amarelo com reflexos dourados. Na boca, é seco com notas cítricas e abacaxi maduro. De volume, acidez média e equilibrada que lhe confere um final persistente. Tem 14,5° de teor alcoólico e é elaborado 100% com a viognier no Vale do Maule.
Temperatura de serviço: 11ºC a 12ºC.
Harmonização: ideal para degustar com carnes brancas e refeições orientais ou levemente picantes. Em virtude da sua grande estrutura na boca, este vinho possui a capacidade de resistir a preparações contendo gorduras.
Recebeu 92 pontos de James Suckling, sem dúvida uma experiência agradável, diferente e exótica que recomendo aos apreciadores!
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