O dono de uma creche em Itapema foi indiciado pelo estupro de 22 crianças. O inquérito foi concluído e encaminhado ao Poder Judiciário nesta sexta-feira (4).
Agora, o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) deve analisar as investigações e decidir se denuncia o investigado. O homem de 25 anos permanece preso, aguardando a decisão da Justiça. Caso a denúncia seja recebida, ele se torna réu em um processo criminal.
O homem foi interrogado durante esta semana pelo delegado responsável pelo caso, Aden Claus Ceber Pereira, que indiciou o suspeito. Ele se entregou à polícia de Barra Velha na última sexta-feira (28), após ficar foragido desde o dia 18 de maio, quando a polícia solicitou a prisão preventiva dele.
Henrique Labes da Fontoura, um dos advogados de defesa, afirma que, por o processo estar em segredo de Justiça e envolver crianças, o suspeito não deve se manifestar à imprensa, apenas no processo. “Ele assegura a inocência e não abusou nenhuma das crianças”, afirmou.
As vítimas e os pais já foram ouvidos pela Polícia Civil de Itapema. A suspeita é que o homem abusava das crianças, matriculadas na recreação infantil. São pelo menos 22 denúncias, de pais de crianças entre 1 ano e 9 meses, até 7 anos.
Pais e responsáveis das crianças fizeram protestos em frente à recreação infantil e na Delegacia de Polícia Civil de Itapema, pedindo justiça pelas crianças.
Pelo menos 22 famílias denunciaram casos de abuso sexual contra o dono de uma recreação infantil em Itapema. A mãe de uma menina de 4 anos foi a primeira a denunciar publicamente os abusos contra o dono do centro de recreação infantil, em um relato emocionante, ela teve que ter sangue-frio para gravar a filha contando os abusos.
A mãe acionou o Conselho Tutelar após ouvir o relato da filha. A criança passou por um exame de corpo de delito, e a denúncia desencadeou outras 21, mobilizando pais e toda a comunidade.
Estas não foram as primeiras denúncias contra o suspeito. No final de 2019, uma família foi à polícia denunciar que o homem havia tocado em uma menina de apenas 4 anos.
No entanto, após um ano de exames de corpo de delito, depoimentos à polícia e consultas psicológicas, o caso foi arquivado pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) por falta de provas, em março desde ano.
O arquivamento foi no começo deste ano, cerca de três meses antes do surgimento das outras 22 denúncias.
Para auxiliar nas investigações, uma força-tarefa de psicólogos policiais civis chegou a Itapema na quarta-feira (19), para, além de auxiliar nas investigações, prestar suporte às vítimas e familiares que relataram casos de abuso sexual infantil.