‘Dois mil e vinte e dois’ se apresenta repleto de incertezas, promessas e esperança. Para descobrir o que se pode esperar para esse próximo período, a revista D’Ponta entrevistou especialistas, intelectuais e doutores em nove áreas do conhecimento e publicará os conteúdos ao longo dos próximos dias.
O impacto das eleições para presidente, governadores, deputados e senadores será um definidor importante em quase todas as esferas. De igual modo, é imperativo saber quais serão as medidas para conter a Covid-19, assim como as consequências para a saúde mental que a pandemia vai nos deixar.
A perspectiva sobre o cenário econômico requer também um olhar mais aprofundado sobre agricultura, tecnologia, educação e meio ambiente. Além disso, fomos em busca de informações para traçar o futuro do Operário Ferroviário Esporte Clube. Não se trata de um exercício de vidência ou adivinhação, mas apenas perspectivas e projeções a partir de visões baseadas em fatos e na ciência.
AGRICULTURA
“O agronegócio impulsionado pelos juros baixos e a alta do dólar se desenvolveu num ritmo impressionante nos últimos anos. Estamos quebrando recordes de produtividade na produção de grãos, carnes, leite, apenas para dar alguns exemplos. A chegada da energia solar ao campo, a maior implantação dos biodigestores, a internet 5G, os drones, a melhoria da malha viária e dos sistemas de transportes vão acelerar ainda mais o desenvolvimento rural, com redução de custos e sustentabilidade. Também estamos investindo na verticalização da produção e o mundo precisa de mais alimentos.
A fruticultura cresce a passos lentos, mas o mundo adora nossas frutas! Não temos apenas maçã, mas precisamos gerar novas estratégias de controle fitossanitário e, principalmente, usar a tecnologia existente. As cadeias produtivas convencional, orgânica e transgênica estão aí para agradar a todos os gostos, e essa diversificação gera empregos e renda. Precisamos quebrar o paradigma do público versus privado e investir na geração de tecnologia nacional, para não ficarmos à mercê, por exemplo, da bolsa de Chicago! Certa vez ouvi: se não há negócio, não há pesquisa!”
Ricardo Antonio Ayub, doutor e professor titular do curso de Agronomia da UEPG