Sexta-feira, 03 de Maio de 2024

Centro Europeu Ponta Grossa oferece curso de pilotagem de drones para a Agricultura

2022-11-22 às 16:42

Em entrevista ao programa Manhã Total, apresentado por João Barbiero, na Rádio Lagoa Dourada FM (105,9 para Ponta Grossa e região e 90,9 para Telêmaco Borba), nesta terça (22), a empresária Larissa Schard, sócia investidora do Centro Europeu, e o consultor de carreiras para drones na Agricultura, Matheus Peplov, falaram sobre o curso de Drones na Agricultura desenvolvido pela escola de profissões em Ponta Grossa.

“O agro tem, cada vez mais, se polido em relação às ferramentas de precisão. O drone não é mais, basicamente, questão de dizer ‘sim’ ou ‘não’ se vou utilizar o drone, mas ‘quando’, porque uma hora ou outra vou ter que entrar com o drone. Essa necessidade vai aumentar minha demanda de serviços e hoje não há profissionais qualificados no mercado, há essa escassez. [O curso] abre uma possibilidade enorme, tanto para prestar serviços quanto para trabalhar como funcionário de uma empresa”, frisa o professor.

Segundo a empresária Larissa Schard, sócia investidora do Centro Europeu, a escola aposta sempre em carreiras inovadoras. Desde que assumiu a direção do Centro Europeu, há cerca de um ano e meio, percebeu a necessidade de trazer o curso de drones para a agricultura para a cidade de Ponta Grossa, por ser uma região com um setor agrícola muito rico. “No Centro Europeu em Curitiba, já temos [o curso de] pilotagem de drone; mas [o curso de] drone para agricultura, nós formatamos ao longo desse ano inteiro. Quisemos trazer algo de excelência para nossa cidade, porque ela merece essa excelência na formação”, comenta.

O Centro Europeu de Ponta Grossa é a única instituição do Paraná a oferecer essa formação avançada. O curso de drones para a Agricultura tem 148 horas-aula de duração. “É o curso mais completo do Brasil. Temos outras instituições que fazem, por exemplo, no Rio Grande do Sul, mas nenhum tem uma formação tão completa quanto a nossa. Nosso aluno sai habilitado com o CAAR [curso de aplicador aeroagrícola remoto]”, explica Larissa. O curso compreende tanto a parte teórica – no que tange à legislação – quanto a prática, já a partir da segunda ou terceira semana de aulas.

De acordo com Larissa, o curso é procurado por produtores rurais e engenheiros agrônomos, predominantemente, mas também por profissionais que atuam no comércio de peças agrícolas. “Muitas empresas aqui da cidade – somos um grande polo desse comércio – não tinham ainda o drone e estão se especializando, porque estão vendo que ou tem, ou tem”, acrescenta.

A formação pode ser aplicada também em outras áreas profissionais, como o mapeamento de dados, audiovisual – fimagem e fotografia, topografia – para o setor imobiliário e de construção civil. “Os conceitos são os mesmos. Temos um módulo específico só do agro, mas todos os conceitos do drone vão preparar esse profissional. Temos busca de profissionais que possuem imobiliárias, que possuem construtoras ou que atuam nessa área, que falam que fazem investimentos muito altos para fazerem essa captação e que querem ter o drone e, a partir de agora, realizar [o serviço]”, observa Larissa.

O horário do curso foi moldado de modo a permitir que o agricultor participe sem comprometer seu trabalho: aos sábados, o dia todo, quinzenalmente. “Sabemos que a rotina da área agrícola é bem corrida, então já fizemos de uma forma que eles conseguissem acompanhar, tendo aulas imersivas aos sábados, que acontecem das 9h às 16h”, explica Larissa. O curso abrange 19 encontros quinzenais de conteúdo e aulas práticas em ambientes agrícolas.

A formação completa custa R$ 10.990, mas admite formas de pagamento que permitem financiá-lo em até 24 parcelas.

Aplicações no agro

Segundo Peplov, o drone possui uma série de aplicabilidades no agronegócio, desde o cálculo de vazão de um rio para a instalação de uma hidrelétrica até estimular a cultura, para saber quanto ela vai produzir e comparar com os dados da máquina colheitadeira.

“Basicamente, consigo desenvolver desde aqueles ambientes para jogos, com o drone, através de uma fotogrametria e também direcionar para o agro e pulverizar [lavouras] com os drones”, acrescenta o professor do Centro Europeu.

Porém, engana-se quem pensa que os drones atendem apenas a grandes produtores. Para lavouras menores, os drones são ainda mais recomendados. “Para você comprar uma máquina de pulverização, é muito caro. Então, compensa mais, muitas vezes, eu pagar por esse serviço de pulverização. Vou lá e pago R$ 100 ou R$ 150 e o pessoal vem e só pulveriza para mim. É melhor eu pagar esse investimento na prestação de serviços e comprar um autopropelido, um equipamento de arrasto”, diz.

Peplov explica que a diária de um drone custa em torno de R$ 1,1 mil, mas que ele cobre uma área de 50 a 60 hectares por dia, com uma máquina somente. Por isso, para área menores, ele recomenda que, ao invés de comprar o equipamento, o produtor contrate a prestação de serviço. Ele diz não ter conhecimento de empresas que façam o aluguel do equipamento em Ponta Grossa, mas assegura que, em Curitiba, o serviço já está disponível.

Outra aplicabilidade do drone que, para a pulverização, representa economia, é o controle de produto despejado – a taxa de gotejamento. A aeronave fica a uma altura de sete a 10 metros acima da plantação. “Com as próprias hélices, ele consegue jogar ainda mais o defensivo ou o adjuvante, então você consegue penetrar ainda mais na cultura. Em relação à perda, o drone tem avançado tanto porque, nessas máquinas tradicionais – como o autopropelido e o equipamento de arrasto – as rodas dele amassam a cultura, tem a taxa de amassamento, que varia em torno de 8%”, explica.

No caso de latifúndios, como as propriedades no Mato Grosso, com mil ou 2 mil hectares, um drone com abertura de leque de sete metros não conseguiria competir com um autopropelido de 45 metros de barra. “Essa competição ainda está desigual em relação à produção. Por isso mesmo, faz mais sentido direcionar em propriedades menores”, afirma.

Ainda em relação às grandes propriedades, o drone pode ser aplicado quando o produtor tem a intenção de plantar, por exemplo, numa área antes usada como pastagem. “É uma região que foi muito ‘amassada’ e onde a terra é mais ‘fofa’. Então, posso atolar essa minha máquina. Para eu não deixar de produzir naquela região ali, vou usar um drone. Nas áreas de encosta, onde há muito perigo de a máquina cair. Na nossa região, há várias áreas de bastante declive e consigo pulverizar em áreas onde a máquina não entra”, explica.

Tecnologia de imagem

Peplov destaca que os drones já vêm de fábrica com câmeras com resolução 4k e até 8k, o que já assegura a elaboração de dados com alta qualidade. Porém, alguns direcionamentos demandam ainda maior precisão e, para tanto, são acopladas as chamadas câmeras multiespectrais, que são bem mais caras e vendidas, por isso, separadamente.

Mais informações

Em Ponta Grossa, o Centro Europeu fica na Rua Marechal Deodoro, 473 – Centro, ao lado do Banco do Brasil. O telefone é o (42) 3224-6669. Outras informações pelo site ou pelas redes sociais: @centroeuropeupg.

Confira a entrevista na íntegra: