Se o agro é um dos maiores pilares do Brasil, responsável pelas maiores exportações e pelo feijão e arroz que temos em nossa mesa todos os dias, então podemos dizer que o Banco do Brasil sustentou o país nos últimos quatro anos. A análise é feita pelo jornalista econômico Rafael Guedes, do Grupo D’Ponta Mídias e Consultoria, após a divulgação dos resultados do BB, atingidos brutalmente pela inadimplência do agro com o banco.
Guedes também analisa que, pelo fato de o BB ser o maior financiador do agro no Brasil, o banco também sofre com as jogadas que o segmento usa para se livrar ou protelar as dívidas, e, enquanto isso, os resultados do banco não configuram com números que satisfazem os acionistas. Segundo o jornalista, o uso da artimanha de recuperações judiciais acaba prejudicando o banco e, até que o Judiciário perceba a má-fé, o banco, ou seja, nós, os brasileiros, podemos estar pagando essa conta. “O agro do Plano Safra, do Seguro Rural e de tantos outros benefícios do governo simplesmente usa do nosso banco público pra sacanear com o país”, afirma.
Ressaltando que não se deve generalizar, o jornalista observa que os R$ 12,73 bilhões de atrasos há mais de 90 dias balançam qualquer instituição. Guedes destaca que, com exceção dessa demanda dos atrasos do agro, o banco vive um dos melhores momentos de sua história. “A satisfação dos colaboradores do BB e a percepção nítida das mudanças em conceitos implantados como sustentabilidade, inclusão e outros, mudaram a leitura dos clientes e deixaram o banco mais perto das pessoas, tanto que a carteira aumentou nos últimos anos”, avalia.
Uma das grandes responsáveis pelo avanço do banco, na visão dele, é a atual presidente Tarciana Medeiros. “A sua história no banco e a sua trajetória de vida têm muito a ver com as políticas do governo Lula e isso é missão muito desafiadora satisfazer os acionistas e atender as demandas sociais de um governo que lança programas sociais novos quase que todos os dias”, observa Guedes, mencionando que a proximidade de Tarciana com figuras fortes do governo, como a ministra Gleisi Hoffmann e, principalmente, com o presidente Lula, sustenta-a nessa posição e garante a sua permanecia à frente do banco, mesmo com os resultados estando abaixo do que se considera o ideal.
O analista e comentarista político João Barbiero entende que politicamente o Governo Federal está insistindo muito com o agro, entregando ao setor toda a atenção necessária, sendo perceptível que, sem explicação alguma, o agro ainda não aceita o governo. Independente disso, Barbiero aponta que, conforme o próprio presidente já registrou, Lula e o ministro da agricultura Carlos Favaro têm feito tudo isso pelo agro pensando no Brasil como um todo. “Aliás, outra peça importante nesse contexto é o ministro Carlos Favaro, que já é um dos mais prestigiados pelo presidente Lula pelo trabalho que tem realizado frente à pasta”, conclui Barbiero.
O portal D’Ponta tentou contato com a assessoria do BB, mas não obteve retorno até o final da produção dessa matéria.