Responsável por 30% do Produto Interno Bruto do Paraná, o agronegócio é um dos principais setores responsáveis por movimentar a economia do estado. Em 2021, de acordo com os resultados preliminares do Valor Bruto da Produção (VBP), levantamento realizado pelo Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, divulgado em julho de 2022, o faturamento da produção agropecuária no estado totalizou R$ 180,4 bilhões.
Com crescimento real de 8% e somando R$ 87,6 bilhões, a agricultura foi responsável pelo maior faturamento dentre os segmentos, sendo 49% do total. Já o faturamento do setor pecuário corresponde a 48% do total e atingiu R$ 86,7 bilhões. Além disso, os preços recebidos pelos produtores dos itens pesquisados no VBP aumentaram, em média, 21% em 2021. Os destaques foram a valorização das sacas de café (118%), de milho 1ª safra (101%) e de soja 1ª safra (85%).
Pouca representatividade política
Diante da potência do agronegócio no Paraná, presidentes dos Sindicatos Rurais dos municípios do estado sinalizam que, atualmente, o estado possui pouca representatividade política no setor, seja na Assembleia Legislativa, na Câmara dos Deputados ou no Senado. “O agronegócio não é bem representado a nível Brasil e nem a nível Paraná. Tivemos na última eleição algumas pessoas que nos surpreenderam muito positivamente. E tivemos uma grata satisfação, pelo menos aqui no estado do Paraná, que a gente teve uma deputada com uma essência no agronegócio, uma deputada do agro. Ela é agro na veia, vive o agro”, declara Gustado Ribas Netto, presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa.
No Senado, Gustavo destaca que há a necessidade de uma frente parlamentar ainda mais forte. “A nossa frente parlamentar da agricultura se ampliou, sim, mas é mais forte na Câmara do que no Senado. No Senado, no caso do Paraná, não temos essência de senadores brigando mais forte ou mais no dia a dia, na rotina, no conhecimento de sentir no coro, como a gente fala, quais são as dificuldades no agronegócio. Isso para nós é importante, ter uma senadora que saiba o que dói, aonde são os nossos calos no setor”, pontua.
Luiz Fernando Tonon, presidente do Sindicato Rural de Piraí do Sul, enfatiza que “pelo tamanho do agro paranaense, estamos muito aquém da importância do agro no Senado. O Paraná é um dos maiores produtores de soja, milho, frango, suíno, peixe, café, madeira, pecuária leiteira e de corte. E quem nos representa hoje no Senado?”, questiona. “Precisamos de alguém que tenha o agro nas veias”, conclui.
Presidente do Sindicato Rural de Ipiranga, Jondino Casagrande ressalta a importância de um senador que represente a categoria. “O Paraná podia ser bem melhor representado pela sua importância no âmbito nacional no que se refere à agricultura. O agricultor tem que ser mais unido e escolher melhor seus representantes”, completa.
O mesmo pensamento é compartilhado pela presidência do Sindicato Rural de Reserva e pelos presidentes José Mario Correa Dias, de Santa Cruz do Monte Castelo; Euclênio Vendrametto Junior, de Sabáudia; Vitor Chuede, presidente do Sindicato Rural de Paula Freitas e Antônio Ademir Gomes, de Santa Isabel do Ivaí.