O Agroleite é uma das feiras mais importantes para a nossa região, sem dúvida. O evento não é apenas um marco no calendário local, mas também uma vitrine do nosso potencial produtivo e da força do agronegócio, que move tantas famílias e economias. É natural, então, que todos os meios de comunicação locais busquem estar presentes, para levar o nome da nossa cidade para o mundo. Mas, em meio a essa importância toda, algo parece ter saído do eixo. No lançamento da feira, o que era para ser uma celebração da união e do desenvolvimento, se transformou em uma demonstração de falta de reconhecimento.
Em uma atitude que deixou muitos questionando, os organizadores do Agroleite optaram por convidar apenas um punhado de veículos de comunicação para cobrir o evento. Globo, SBT e poucos outros estavam lá, enquanto veículos locais, como o Portal D’Ponta e a Rádio Lagoa Dourada FM e Rádio T ficaram de fora. Essa exclusão não passou despercebida, e o sentimento de injustiça logo tomou conta daqueles que, com tanto empenho, ajudaram a divulgar e fortalecer a feira nos últimos anos. Afinal, não é sempre que as pequenas mídias locais têm a chance de mostrar seu valor, principalmente quando se trata de um evento com tanta visibilidade.
Quando a situação foi levada até a responsável pelo marketing da feira, a resposta não foi das mais acolhedoras. A justificativa foi de que o espaço para a imprensa era limitado e que, infelizmente, não havia como convidar todos os veículos. A promessa era de que, nos próximos anos, a situação poderia ser revista. Mas quem já conhece a dinâmica do mundo da comunicação sabe que essas promessas podem cair no esquecimento. E, no fim, o que fica é o sentimento de que o esforço e o trabalho de anos de divulgação, muitas vezes sem receber um centavo em troca, não foram suficientes para garantir um lugar à mesa.
O que talvez os organizadores do Agroleite não tenham entendido é que a comunicação não se mede apenas pelo alcance de uma emissora nacional ou pela fama de um grande veículo. Muitas vezes, a verdadeira força está nas mãos daqueles que, com pouco, fazem mais do que outros com muito. A Rádio Lagoa Dourada, Rádio T o Portal D’Ponta e a Revista D’Ponta são exemplos disso. Esses veículos não apenas informam, mas também representam a comunidade e a força local. Eles são as vozes que ecoam os anseios e as necessidades de quem não tem espaço nas grandes mídias.
No fim, fica o recado. Quando o leite ferver e a história do Agroleite precisar ser contada de novo, não venham pedir para limpar o fogão, porque o espaço vai ser pequeno para quem já estava disposto a ajudar. A comunicação local não pode ser tratada como algo secundário, e é hora de reconhecer o valor que essas pequenas mídias têm para o fortalecimento de nossa região. Afinal, o som que sai daqui, por mais modesto que seja, vai para o mundo, e nunca devemos subestimar o poder de uma mensagem bem transmitida.
João Barbiero é comunicador e empresário