João Rodrigues, prefeito de Chapecó e pré-candidato a governador de Santa Catarina, força a amizade para dizer que tem apoio de Bolsonaro, enquanto o atual governador Jorginho Mello, também candidato à reeleição, não consegue esconder a sua habilidade de fã incondicional do imbrochável. Contudo, vale lembrar que na política é preciso combinar os detalhes com o povo. Pelo andar das coisas, a prisão iminente do então inelegível fará com que ele caia no esquecimento, pois já se percebe o seu degelo a cada manifestação que ele faz sem resposta popular.
O amor platônico do Jorginho e do Joãozinho pelo Narinho nos dias de hoje poderá ser a repulsa de amanhã. Quem quiser ganhar a eleição em Santa Catarina precisa se manter em paz com o outro lado, até porque os investimentos do Governo Federal estão chegando a todos os cantos do estado, e a divisão provocada pela direita enfraquece a motociata. Nesse cenário, uma pequena participação da esquerda pode fazer a diferença na vitória de um dos dois.
Mas um detalhe tem de ser levado em consideração. Será que a esquerda de Santa Catarina, liderada por Décio Lima, vai querer dar essa namoradinha? Décio tem os seus interesses, que são misturados aos interesses do PT estadual e nacional. Portanto, não sei se o PT de Santa Catarina vai querer ajudar qualquer um desses dois candidatos em evidência entre o gado, a não ser que seja bom pra todos.
O saudoso jornalista político Altair Ramalho escrevia em sua coluna que “em política até cavalo voa”, e olha que em Santa Catarina eu já começo a olhar para o céu convencido que vou enxergar a um equino a galope entre as nuvens. Não me causará estranheza, pois a causa é nobre e os postulantes foram vacinados.
Por Rafael Guedes jornalista e analista político.