Pesquisa Genial Quaest divulgada nesta semana revelou: Ratinho Junior, Michelle Bolsonaro, Eduardo Leite e Tarcísio de Freitas aparecem tecnicamente empatados com Lula em um eventual segundo turno. À primeira vista, isso pode parecer preocupante para o presidente. Mas, ao olhar com um pouco mais de calma, há nuances que merecem atenção.

Primeiro, a rejeição a Lula é menor do que o número de eleitores que afirmam não querer a volta de Jair Bolsonaro. Isso, por si só, já é revelador. Mostra que, apesar do desgaste natural de um governo em tempos difíceis, Lula ainda mantém uma base sólida e um certo “limite de antipatia” que a extrema direita não consegue transpor.

Esse cenário nada mais é do que o reflexo de um país que continua dividido, e cansado. A polarização que hoje se manifesta entre lulismo e bolsonarismo é uma continuação do velho embate entre PT e PSDB. Sai Aécio, entra Tarcísio. Sai Serra, entra Michelle. O figurino muda, mas o roteiro segue o mesmo: uma direita fragmentada tentando vencer o PT com nomes que nem sempre se sustentam sozinhos.

O bolsonarismo, mesmo enfraquecido, ainda pulsa. Busca herdeiros, porta-vozes, alguém que consiga vestir a camisa sem sujar a imagem. Mas até agora, nenhum desses nomes testados conseguiu abrir vantagem. O que a pesquisa mostra é que Lula ainda está no jogo. Pode tropeçar? Sim. Pode perder? Também. Mas está longe de ser carta fora do baralho.

A direita tem pressa, mas ainda não tem um nome. Lula tem rejeição, mas também tem história, articulação e, como mostram os números, um caminho possível para um segundo turno.

No fim das contas, o jogo está aberto. E o Brasil, mais uma vez, terá que escolher entre dois polos que se enfrentam há décadas, com novos rostos, mas os mesmos dilemas.

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