Ironicamente, o que me vem à mente é uma campanha publicitária que se tornou ícone da influência cultural norte-americana mundo afora. Sim, os mais experientes já devem ter percebido pelo título. Refiro-me à ação promocional da Coca-Cola, nos anos 70, em que tampinhas, copos e outros produtos estampavam bonequinhos acompanhados da frase: “Amar é…”
E assim como penso que o amor precisa deva traduzir em gestos concretos, acredito que soberania – conceito que deve ser centro do discurso do governo federal e do seu campo político no período próximo – também precise ser materializado em práticas e símbolos capazes de torná-lo melhor percebido pela imensa maioria da população.
Por exemplo, soberania é gerar empregos, protegendo o País contra o tarifaço imposto pelo governo Trump, apoiado de forma criminosa por representantes da direita brasileira, tendo como porta-voz o filho 03 do inelegível.
Soberania é garantir que o nosso sistema judicial siga independente, livre de interferências de outros Poderes e imune a qualquer ingerência estrangeira.
Soberania é assegurar que a democracia brasileira continue amadurecendo e resistindo às tentativas de golpe contra o Estado Democrático de Direito – como o que foi planejado e colocado em movimento por extremistas bolsonaristas, e que teve em 8 de janeiro de 2023 sua face mais visível, mas não o seu fim, já que muitos de seus crimes seguem tendo continuidade a partir do exterior.
Soberania é regular as big techs, cobrar suas responsabilidades e impedir que a sociedade brasileira seja vítima do “tecnofeudalismo” que essas empresas tentam impor ao mundo. É proteger nossas crianças, defender nossos jovens e resguardar nossos valores democráticos.
Soberania é garantir o desenvolvimento do Brasil com cada vez mais parceiros comerciais, fortalecendo as relações Sul-Sul e com todos os países que apostam no multilateralismo como um jogo de ganha-ganha, e não como a tentativa de imposição de um novo colonialismo.
Soberania é mais comida na mesa, mais empregos, melhor educação, saúde para todos, respeito às diferenças e patrocínio da igualdade, uma sociedade mais segura. É fazer hoje para que tenhamos mundo para as futuras gerações.
Soberania, enfim, é amar o Brasil, amar os brasileiros e brasileiras, acima de qualquer interesse mesquinho.
Oliveiros Marques é sociólogo, publicitário e comunicador político
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