Na última semana muito se falou da visita do Elon Musk ao Brasil e como sua empresa Starlink pode ajudar a conectar mais de 19 mil escolas a internet. Longe das polêmicas e do alvoroço que o encontro em questão levantou, quero trazer uma coisa muito mais tangível, e focar em como o acesso a internet pode ajudar comunidades isoladas a terem acesso a educação de ponta.
Pra quem lê despercebido o parágrafo anterior pode até soar ridículo, pois parece óbvio que a internet traz educação no encontro à vida das pessoas, no entanto olhando de forma racional é fácil perceber que a inferência não é verdadeira, pois se fosse assim todas as cidades com acesso à internet seriam referência em educação, não é mesmo?!
Isso não é nem de longe verdade, pois basta verificar a posição do Brasil em índices como o Pisa para concluir que mesmo com o crescente acesso à internet (atualmente cerca de 152 milhões de brasileiros têm acesso a internet), os dados mostram que a educação não vai muito bem. Essa observação provavelmente renderia uma boa e animada conversa de bar sobre as razões da nossa educação ser problemática há uns bons anos, mas este não é o meu objetivo. A questão mais fácil de responder é como a internet pode ajudar a melhorar a qualidade da educação das pessoas.
Sempre que eu converso com alguém sobre internet, eu sinto que muita gente ainda enxerga ela como uma espécie de entidade que irá magicamente resolver os problemas da humanidade, e com a educação não é diferente. Não tem segredo, a internet é só uma ferramenta, tal qual um martelo. Eu posso até ter um martelo em casa, mas nem por isso eu vou conseguir construir uma casa. Não tem como terceirizar a responsabilidade do aprendizado, para quem tem acesso à ferramenta é só procurar. Hoje você pode aprender literalmente qualquer coisa, economia, literatura, artes plásticas, robótica, música, enfim, aquilo que você sempre quis aprender, no toque de um botão.
Para facilitar a sua vida, aqui vão alguns locais para aproveitar mais o tempo entre uma twittada e outra:
Khan Academy: organização sem fins lucrativos com a missão de oferecer uma educação gratuita de alta qualidade para qualquer pessoa, em qualquer lugar.
Udemy: Plataforma de educação a distância (EAD) com cursos de diversas áreas, desde programação à idiomas. Possui cursos gratuitos, e seus cursos pagos muitas vezes custam menos que um sanduíche.
Domestika: Você é da turma dos criativos? Gosta de desenho, artes, mídias sociais… Aqui você encontra muita fonte de conhecimento e inspiração.
Coursera: Plataforma EAD com o diferencial de cursos elaborados por universidades de renome, além de possuir o considerado melhor curso introdutório sobre inteligência artificial e aprendizado de máquina, ministrado pelo próprio fundados da plataforma Andrew NG, que também fundou a deeplearning.ai, uma das referências quando falamos de inteligência artificial.
Edx: Outra plataforma EAD semelhante à Udemy e ao Coursera, também com o diferencial de possuir cursos elaborados por renomadas universidades como o MIT.
Os portais acima não constituem nem 1% daquilo que pode ser encontrado na internet, mas já é mais que suficiente para começar a explorar o lado educacional dessa ferramenta ainda tão pouco entendida por tantos. Podemos também citar locais inusitados para aprender, como o próprio Facebook e seus grupos, o LinkedIn, Tik Tok e Instagram com alguns micro vídeos informativos e é claro o YouTube, o maior site de compartilhamento de vídeos do mundo.
Voltando ao ponto inicial deste artigo, como a Starlink, e mais genericamente a internet, vai resolver o problema da educação em comunidades isoladas? Eu enxergo de forma otimista, pois ela vai trazer a oportunidade de mais brasileiros poderem usufruir dos benefícios que tantos outros já possuem, e com a liberdade de poder enxergar o mundo além do currículo escolar que nem sempre tira proveito de todo o potencial que uma pessoa pode ser.
Fontes: