Uma nova técnica está revolucionando o tratamento de pacientes com complicações relacionadas ao diabetes. Trata-se da oxigenoterapia hiperbárica (OHB), uma prática terapêutica na qual o paciente inspira oxigênio 100% puro, enquanto é submetido à uma pressão superior ao do nível do mar. Desde 2017, a Clínica de Medicina Hiperbárica, localizada no município de Chapecó (SC), vem auxiliando e promovendo a recuperação do bem-estar de vários pacientes.
Antes de falar sobre medicina hiperbárica, é importante entender o que acontece com o organismo de quem tem diabetes. A doença é decorrente da insuficiência ou má absorção da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e responsável por transformar a glicose em energia para corpo. “Um indivíduo que possui diabetes tem maior dificuldade na cicatrização de feridas e isto ocorre devido a um déficit nas cascatas de reações celulares e bioquímicas, responsáveis pela recuperação do tecido lesionado”, explica o médico Edson André Stakonski, direto técnico da Clínica de Medicina Hiperbárica. Ele acrescenta que essas reações reagem com o oxigênio presente no sangue e diminuem a circulação sanguínea no local, dificultando o processo de cicatrização da lesão.
Entre as indicações para a realização da oxigenoterapia hiperbárica, o médico destaca uma complicação conhecida como ‘pé diabético’. Ela afeta os membros inferiores de quem tem diabetes e ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés desenvolve uma lesão ou ferida. “Nesses casos, o oxigênio inalado durante a terapia favorece a proliferação de fibroblastos [células de reparo do nosso corpo], promove a formação de novos vasos sanguíneos, estimula a síntese do colágeno e reduz o edema no local”, enumera. Ele destaca que as sessões aceleram a recuperação e diminuem a sensibilidade no local, a dor, a sensação de queimação e o formigamento.
Tratamento revolucionário
Para o tratamento por oxigenoterapia hiperbárica, o paciente é colocado no interior de uma câmara cilíndrica altamente resistente. Lá ele inala oxigênio 100% puro enquanto é submetido a uma pressão superior à atmosférica. Durante o procedimento, o volume de oxigênio presente na corrente sanguínea pode ser elevado em até 20 vezes e a pressão recomendada varia entre 2,4 e 2,8 ATA.
De acordo com Edson, cada organismo responde ao tratamento hiperbárico de maneira diferente e geralmente os pacientes são orientados a realizar no mínimo 10 sessões, com duração entre 90 minutos e duas horas cada uma. “A cicatrização de feridas é um processo lento, inclusive para indivíduos sem nenhuma comorbidade, por isso é necessário que o paciente seja orientado quanto a sequência do tratamento e que sejam efetuadas avaliações periódicas na lesão para identificar a sua evolução”, justifica. Entretanto, ele garante que a sensação de bem-estar pode ser percebida já na primeira sessão.
A oxigenoterapia hiperbárica não é perigosa e na maioria das vezes não apresenta nenhum efeito colateral, porém existem algumas contraindicações. A Sociedade Brasileira de Medicina Hiperbárica não recomenda o tratamento para pacientes com infecções das vias aéreas superiores, hipertermia, cirurgia prévia em ouvido, infecção viral, pneumotórax não tratado, gravidez e outros. “Em algumas situações, o paciente pode apresentar sensibilidade auditiva relacionada à mudança de pressão dentro da câmara hiperbárica, semelhante ao que acontece na descida da serra, mas ela é facilmente revertida tapando o nariz e a boca e expulsando o ar com força”, comenta.
Após as sessões, o médico recomenda que os optem por hábitos de vida saudáveis e realizem avaliações médicas periodicamente para evitar o surgimento de novas complicações.
Outras indicações
O oxigenoterapia hiperbárica também auxilia no tratamento:
Feridas crônicas,
Escaras,
Osteomielite e outras infecções,
Recuperação de cirurgias,
Úlceras venosas/arteriais, entre outras.
Clínica de Medicina Hiperbárica
A Clínica de Medicina Hiperbárica conta com uma equipe de profissionais altamente capacitados para atender os pacientes. Todas as sessões são acompanhadas pela enfermeira da clínica, que presta toda assistência e suporte necessários durante o tratamento.
A câmara utilizada na Clínica de Medicina Hiperbárica possui capacidade para até 14 pessoas por sessão e geralmente são atendidos entre cinco e seis pacientes em tratamento diário. O tratamento pode ser realizado de maneira particular ou por convênio, de acordo com a preferência de cada paciente.
Serviço
A Clínica de Medicina Hiperbárica fica na Avenida Getúlio Dorneles Vargas, número 1.200, em Chapecó (SC). Mais informações pelo e-mail [email protected] ou pelo WhatsApp (49) 3025-5793.
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