Menos de 24 horas após ser preso em flagrante por injúria racial, o meia-atacante boliviano Miguelito, do América-MG, foi liberado da prisão em Ponta Grossa (PR) na tarde desta segunda-feira (5) e responderá ao processo em liberdade, conforme decisão do Tribunal de Justiça do Paraná. A prisão ocorreu após denúncia do atacante Allano, do Operário, que afirmou ter sido chamado de “preto do c…” pelo adversário durante a partida válida pela sexta rodada da Série B, no Estádio Germano Krüger.
O episódio aconteceu aos 30 minutos do primeiro tempo, quando o árbitro Alisson Sidnei Furtado interrompeu o jogo por 15 minutos e acionou o protocolo antirracista da Fifa e da CBF, embora tenha registrado na súmula que nenhum membro da equipe de arbitragem presenciou ou ouviu o insulto. A Polícia Civil considerou os depoimentos de Allano e do capitão Jacy, do Operário, suficientes para a prisão em flagrante de Miguelito, mesmo sem imagens que comprovassem o momento da ofensa.
Após ser ouvido pela Polícia Civil, Miguelito teve liberdade provisória concedida e aguardará o desenrolar do inquérito fora da prisão. A pena máxima para o crime de injúria racial é de cinco anos de reclusão, segundo o Código Penal Brasileiro. O caso gerou manifestações públicas: Allano declarou nas redes sociais que não irá se calar diante do racismo e cobrou justiça e empatia; o Operário repudiou o ato, enquanto a CBF ainda não se pronunciou oficialmente.