O 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), conhecido como Papudinha, está passando por reformas estruturais. O local, que integra o Complexo Penitenciário da Papuda, é apontado como possível destino do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

De acordo com o portal Metrópoles, a PMDF recebeu, em junho de 2025, uma emenda parlamentar de R$ 500 mil destinada a obras de melhoria nos alojamentos dos policiais em serviço.

O 19º BPM possui, além das dependências administrativas e dormitórios dos militares, instalações destinadas à custódia de policiais presos. Caso o cumprimento da pena de Bolsonaro seja determinado em regime fechado, ele poderá ser encaminhado para o local.

Fotos incluídas em um processo de 2023 mostram como são as celas da Papudinha. Procurada pela reportagem, a Polícia Militar do DF negou qualquer relação entre as obras atuais e o espaço destinado a presos.

“As obras em andamento no 19º Batalhão não têm qualquer relação com as celas ou com o espaço destinado a custodiados. Trata-se de uma reforma voltada exclusivamente aos alojamentos dos policiais militares, com o objetivo de proporcionar melhores condições de conforto e infraestrutura ao efetivo policial”, informou a corporação.

A última reforma nas áreas de custódia da unidade ocorreu em 2020. Em 7 de novembro, a Primeira Turma do STF rejeitou, por unanimidade, o recurso da defesa de Bolsonaro contra a condenação de 27 anos e 3 meses. O julgamento ocorreu no plenário virtual e deve ser concluído em 14 de novembro, quando se encerra o prazo para alterações de voto, algo considerado improvável.

Após o resultado, a defesa ainda pode apresentar novos recursos, conhecidos como “segundos embargos”, o que adiará a execução da pena. A prisão só poderá ocorrer após o trânsito em julgado e a publicação do acórdão.

Nos bastidores, o ministro Alexandre de Moraes avalia que Bolsonaro deve iniciar o cumprimento da pena na Papuda, mas o estado de saúde do ex-presidente pode pesar na decisão e justificar prisão domiciliar por razões humanitárias. A expectativa é que o STF conclua o processo ainda neste ano.