Em entrevista concedida ao UOL nesta quarta-feira (14), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu a possibilidade de que fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tenham ocorrido durante o período em que esteve no governo.
Ao comentar o caso, Bolsonaro afirmou que eventuais irregularidades cometidas durante seu governo devem ser apuradas. “É possível [ao ser questionado sobre a hipótese de os descontos terem sido realizados em seu governo] e vai ser investigado. Se, por ventura, alguém do meu governo fez algo de errado, [que] pague. E ponto final”, afirmou.
A fraude, segundo estimativas da Polícia Federal, gerou prejuízo de aproximadamente R$ 6,3 bilhões. A operação “Sem Desconto”, deflagrada em abril de 2024, revelou que entidades associativas realizavam descontos sem autorização dos beneficiários, com base em acordos firmados com o INSS. O esquema teria ocorrido entre 2019 e 2024.
Bolsonaro também comentou sobre a dificuldade de eliminar completamente práticas ilícitas na administração pública. “Você não tem como falar em corrupção zero. Você pode até buscar. É como zero absoluto, não tem como chegar lá. Tem que investigar. Agora, explodiu no governo do Lula. Explodiu.”
A repercussão do caso, conforme o Metrópoles, levou parlamentares da oposição ao atual governo a protocolarem, na segunda-feira (12), um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as fraudes. O requerimento foi assinado por 36 senadores e 223 deputados federais.
A proposta da CPMI é apurar as responsabilidades e eventuais falhas de fiscalização que permitiram a continuidade do esquema ao longo dos anos. Bolsonaro manifestou apoio à iniciativa legislativa.