Um cachorro foi baleado na favela Para-Pedro, em Irajá, Zona Norte do Rio de Janeiro, após ser jurado de morte por traficantes, segundo moradores da região. O animal, chamado Irajá, foi atingido na pata dianteira esquerda, sofreu fratura e perdeu um dos dedos. Ele foi levado ao Hospital Veterinário Jorge Vaitsman para cirurgia e está em recuperação. Esse é o segundo caso em menos de 24 horas de cães baleados em favelas do Rio, conforme a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais. Os traficantes estariam se incomodando com os latidos, reações e proteção que os animais oferecem aos moradores, motivo pelo qual os cães têm sido alvo de violência.

No dia anterior, a cadela Nina foi baleada durante um confronto no Morro do Juramento, na Zona Norte, com um tiro que atravessou o tórax e saiu pela pata. Ela recebeu atendimento veterinário e pode precisar de novas cirurgias para evitar amputação. Também neste mês, um pitbull chamado Hércules foi baleado três vezes na favela do Batan, na Zona Oeste, e está em recuperação hospitalar.

O secretário Luiz Ramos Filho relatou que esses casos de animais “jurados de morte” estão se tornando cada vez mais frequentes, parte da violência brutal que atinge os animais nas comunidades. Os cães são baleados em confrontos entre polícia e criminosos, mas também diretamente por incomodar o “poder paralelo” com latidos ou atitudes protetoras. A situação reflete a extrema violência que assola a região, sem poupar nem os animais domésticos.