Foi aprovado nesta terça-feira (18), por 295 votos favoráveis e 120 contrários, o regime de urgência para votação do Projeto de Lei 96/11, que visa responsabilizar institutos de pesquisa por resultados errados. Em discurso na Câmara dos Deputados, o deputado Ricardo Barros, autor do PL 2567/2022 que foi apensado ao pedido original, afirmou que o erro não é um problema apenas brasileiro. “Não é um problema tupiniquim errar pesquisas. Estamos tentando enfrentar um problema que outros países já enfrentaram. Nos Estados Unidos a margem fica em torno de 6%, embora divulguem a margem de 3%. Em alguns casos, o erro da pesquisa chega a ser 3 vezes o índice inicial”, afirma.
O deputado aproveitou para relembrar que, em 2016, Hillary Clinton era apontada por pesquisas de intenção de voto como vencedora das eleições norte-americanas, fato que acabou não se consumando. “O que nós precisamos é que as pesquisas representem o resultado. O eleitor é um consumidor de informação; do que adianta receber o eleitor receber uma informação que não tem nada a ver com o resultado na urna no dia seguinte? Que utilidade tem para a sociedade e no que isso ajuda a melhorar a democracia?”, pontuou Barros, destacando ainda que “esse assunto tem um lobby muito forte, é um negócio bilionário” e que ela altera diretamente o mercador financeiro. “Quem sabia que a pesquisa estava errada ganhou muito dinheiro especulando na Bolsa de Valores. Não podemos mais fazer de conta que não sabemos”, anunciou.
Barros ainda apresentou uma solução em seu discurso. “Obrigar os veículos de comunicação que vão divulgar pesquisas que divulguem todas as pesquisas registradas no mesmo dia e no dia anterior. Não tem problema ele divulgar a pesquisa que ele contratou, mas ele também tem que divulgar os resultados de outras pesquisas, diminuindo assim a pressão e a indução sob o eleitor. Nós temos que ter uma elaboração melhor dessa metodologia de pesquisa e impedir que elas influenciem os eleitores tanto para um lado quanto para outro”, finalizou.