De acordo com informações do Metrópoles, a Polícia Civil realizará a reconstituição do crime que resultou na morte da adolescente Vitória Regina de Souza na próxima quinta-feira (10). O corpo da jovem foi encontrado no início de março.
Conforme apurado pelo Metrópoles, as equipes policiais estarão em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo, por volta das 10h30 para o procedimento investigatório. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) não retornou ao contato para comentários.
Em nota divulgada em 24 de março, a defesa de Maicol Antônio Sales, único indiciado pelo crime, informou que a Justiça proibiu o suspeito de participar da reconstituição. Os advogados alegam que “não há como reconstituir um crime cuja autoria e dinâmica permanecem desconhecidas”.
Além disso, o tribunal determinou que um exame psiquiátrico de Maicol não poderia ser realizado.
Confissão de Maicol
Segundo informações do Metrópoles, durante o interrogatório, Maicol descreveu como deixou o corpo de Vitória em uma área de mata, após seis dias de buscas. O suspeito declarou sentir-se ameaçado tanto por detentos quanto por pessoas externas. Ele negou ter raspado ou arrancado os cabelos da vítima e sugeriu que o estado de decomposição do corpo poderia ter sido causado por alguém que arrastou a jovem.
Maicol também refutou qualquer ligação com facções criminosas, apesar das suspeitas iniciais de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Sua confissão, contestada por seus advogados, foi documentada em uma transcrição divulgada pelo Metrópoles em 17 de março, onde afirmou ter matado Vitória com duas facadas durante uma discussão.
Informações sobre a confissão de Maicol começaram a surgir em 17 de março, quando autoridades da SSP informaram a imprensa sobre sua admissão. No entanto, a defesa alegou que não puderam conversar com o cliente durante o procedimento.
O presidente da OAB Cajamar, Rafael Adriano da Rocha, declarou à imprensa que não havia irregularidades e que, até aquele momento, não houve confissão. Em coletiva no dia seguinte, os delegados afirmaram que a confissão ocorreu após a saída dos advogados da delegacia.
Os advogados de Maicol relataram que conseguiram conversar com o cliente apenas em 20 de março e indicaram que pretendem solicitar a anulação da confissão.
Pedido de habeas corpus
Ainda segundo o Metrópoles, a defesa de Maicol solicitou um habeas corpus à Justiça para que ele responda às acusações em liberdade. Os advogados alegam que testemunhas apresentaram informações contraditórias e que Maicol se apresentou espontaneamente à delegacia, além de ter oferecido seu veículo para perícia.
Eles destacam que Maicol tem residência fixa, emprego e é réu primário, argumentando que a prisão é desnecessária. O juiz João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal, foi designado como relator do pedido, que tramita em segredo de Justiça.
Por fim, a defesa reafirma a importância do devido processo legal e a necessidade de garantir um julgamento justo para Maicol, conforme destacado nas informações do Metrópoles.