Sábado, 27 de Julho de 2024

Cerca de 75% dos trabalhadores dos Correios em Ponta Grossa aderiram à greve

2020-08-25 às 18:49

Desde o início desta semana, funcionários dos Correios em todo o país decidiram entrar em greve. A paralisação é por tempo indeterminado e reivindica diversas condições de trabalho e direitos, segundo os funcionários da empresa.

E em Ponta Grossa, não é diferente. Segundo José Fernando Ferreira dos Santos, dirigente sindical do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), atuante em Ponta Grossa, a maioria dos trabalhadores aderiu ao movimento de greve pedindo direitos e melhores condições de trabalho. “A greve continua. Temos aproximadamente 160 funcionários na cidade e cerca de 75% dos funcionários de Ponta Grossa aderiram à greve. Nossa reivindicação é pela manutenção dos direitos, e por mais medidas para proteger os empregados durante a pandemia”, afirma.

Sobre o encerramento da greve e a perspectiva de chegar a um acordo, o sindicalista relata que algumas negociações já foram iniciadas. “Algumas conversas começaram a acontecer, mas nada significativo que possa encerrar a greve neste momento”, conclui.

Trabalhos seguem durante a semana, informa Correios

A assessoria de comunicação dos Correios afirmou que não sabe mensurar quantas encomendas e correspondências estão retidas por conta da greve. Porém, a estatal reforça que muitos dos trabalhos prosseguem e não irão parar. “O ritmo das entregas prossegue durante a semana, de forma a manter a qualidade operacional e minimizar o impacto aos clientes durante a paralisação parcial dos empregados”, diz a entidade.

Em todo o Brasil, a rede de atendimento segue aberta e os serviços, inclusive o SEDEX e o PAC, continuam à disposição. As postagens com hora marcada permanecem temporariamente suspensas, porém tal medida está em vigor desde o anúncio da pandemia. A Coleta Programada não sofreu alteração, assim como a Logística Reversa, que permanece operando normalmente nas agências.

Outro ponto que segue em atuação são os serviços de telegrama, que continua sendo prestado com um acréscimo de um dia ao prazo previsto de entrega. A estatal ainda alerta que, devido à pandemia, certos serviços podem sofrer alterações. “Em função de decretos municipais e estaduais, ou devido aos protocolos preventivos adotados pelos Correios – como sanitização de ambientes -, algumas unidades de atendimento poderão sofrer alterações em seu funcionamento”, esclarece.

Correios ajuíza Dissídio

Em nota oficial enviada ao D’Ponta News, os Correios informam que mediante acordo e negociações não firmadas com os grevistas, ajuizou nesta terça-feira (25), o Dissídio Coletivo de Greve.

Confira abaixo a nota oficial

Tendo em vista não haver acordo com as entidades representativas, mesmo os Correios tendo se colocado à disposição para negociar o Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, e que foi decretada paralisação parcial, a empresa ajuizou, nesta terça-feira (25), o Dissídio Coletivo de Greve no Tribunal Superior do Trabalho. Desde o início de julho, os Correios tentaram negociar com as entidades representativas dos empregados os termos do ACT. Dando continuidade às ações de fortalecimento de suas finanças e consequente preservação de sua sustentabilidade, a empresa apresentou uma proposta que visa a adequar os benefícios dos empregados à realidade do país e da estatal.

Os Correios ressaltam que os vencimentos de todos os empregados seguem resguardados e os trabalhadores continuam tendo acesso, por exemplo, ao benefício Auxílio-creche e aos tíquetes refeição e alimentação, em quantidades adequadas aos dias úteis no mês, de acordo com a jornada de cada trabalhador.

Estão mantidos ainda – aos empregados das áreas de Distribuição/Coleta, Tratamento e Atendimento -, os respectivos adicionais.
A paralisação parcial da maior companhia de logística do Brasil, em meio à pandemia da COVID-19, traz prejuízos financeiros não só aos Correios, mas a inúmeros empreendedores brasileiros, além de afetar a imagem da instituição e de seus empregados perante a sociedade.

Os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT para os empregados. A empresa aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram ao movimento paredista o quanto antes, cientes de sua responsabilidade para com a população, já que agora toda a questão terá seu desfecho na justiça.