A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) abriu na segunda-feira (9) uma consulta pública para discutir a possível inclusão do medicamento Wegovy — que tem o mesmo princípio ativo do Ozempic — na lista de remédios fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A população pode enviar sugestões até o dia 30 de junho, por meio do site da Conitec (Clique aqui).
Segundo informações do portal Diarinho, a versão avaliada tem 2,4 mg de semaglutida, substância aplicada por caneta injetável. O remédio é aprovado pela Anvisa desde janeiro de 2023 e começou a ser comercializado no Brasil em agosto de 2024.
Enquanto o Ozempic é aprovado apenas para o tratamento do diabetes tipo 2, mas vem sendo usado off label (fora da indicação) para emagrecimento, o Wegovy tem uso clínico autorizado para obesidade e sobrepeso com comorbidades. Ambos os medicamentos têm como base a semaglutida.
Apesar da demanda, a Conitec emitiu um parecer preliminar contrário à incorporação do Wegovy no SUS, alegando alto custo, impacto orçamentário elevado e incertezas sobre o tempo ideal de tratamento. No entanto, o posicionamento pode mudar após a análise das sugestões da sociedade civil.
Se for aprovado, o medicamento será disponibilizado a pessoas com mais de 45 anos, com obesidade e histórico de doenças cardiovasculares, mas que não tenham diabetes. Estudos clínicos apontam que o uso da semaglutida pode reverter quadros de obesidade em até 50% dos pacientes e reduzir o risco de infarto e AVC em até 20%.
A fabricante Novo Nordisk propôs ao governo um valor de R$ 1.090 para a versão de 2,4 mg e R$ 727 para a de 1,7 mg, abaixo dos preços atualmente praticados no mercado online, que chegam a R$ 1.699 e R$ 1.399, respectivamente. A empresa defende a inclusão do remédio como alternativa entre mudanças alimentares e cirurgia bariátrica.
Enquanto o Wegovy está em debate, outro medicamento da mesma classe, o Mounjaro, da farmacêutica Eli Lilly, recebeu aprovação da Anvisa na segunda-feira (9) para tratamento da obesidade.