O primeiro dia do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) ocorreu em 2 de setembro de 2025, focado na ação penal que investiga um suposto plano de golpe de Estado após as eleições de 2022. Bolsonaro e outros sete réus, incluindo militares e ex-ministros, são acusados de crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e tentativa de golpe.
O dia começou com a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que revisitou todo o processo desde a investigação até a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O procurador-geral, Paulo Gonet, ressaltou a existência de provas materiais e a organização criminosa formada pelos réus, destacando que muitos atos foram documentados pelos próprios acusados. A sessão teve um clima mais tranquilo e até com momentos de descontração entre os ministros, diferente da tensão vista em etapas anteriores do processo. Bolsonaro esteve ausente, cumprindo prisão domiciliar por motivos de saúde, e apenas o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira compareceu como réu.
No período da tarde, as defesas iniciaram suas sustentações orais, começando pelo tenente-coronel Mauro Cid, que atua como delator no processo. As defesas questionaram a validade da delação premiada e criticaram a rapidez do processo, alegando cerceamento de defesa e insuficiência de tempo para análise de documentos. O julgamento segue nos próximos dias, com expectativa de que os ministros votem após as manifestações dos advogados.