Quarta-feira, 14 de Maio de 2025

Confira quem são os novos brasileiros homenageados pelo Hall da Fama do Esporte

2025-05-14 às 15:09
Foto: COB/Divulgação

Quando o cinema quer homenagear seus maiores ídolos cria um Hall da Fama com os melhores atores. A indústria da música também faz isso para enaltecer os grandes cantores. E, em 2018, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) criou o Hall da Fama do Esporte.

Segundo o presidente do COB, Marco Antônio La Porta, não é preciso ser medalhista olímpico para estar no Olimpo do esporte. “A medalha é apenas um detalhe do processo. É a contribuição do atleta  para o movimento, a inspiração dele para os Jogos, isso é o que conta. A gente precisa contar a história do esporte para incentivar jovens atletas”, disse.

A ginasta Daiane dos Santos, que hoje tem 42 anos, marcou uma geração inteira fazendo acrobacias nos exercícios de solo, foi campeã do mundo em 2003 e, na noite desta terça-feira (13), em cerimônia de gala no Copacabana Palace, foi uma das quatro atletas incluídas no Hall da Fama. No palco, em lágrimas, Daiane disse que era “difícil descrever um sentimento”, mas que se sentia “lisonjeada representando a ginástica, o esporte brasileiro e tantos outros grandes atletas”.

O Hall da Fama do COB não estaria completo se lá não estivesse o tenista Gustavo Kuerten, tricampeão do torneio de tênis Roland Garros em 1997, 2000 e 2001. Ontem, Guga foi a grande atração da noite e agora, mais do que nunca, está eternizado entre vários outros heróis do esporte nacional.

“Tanto os que aqui já passaram e são homenageados, como Joaquim Cruz, Bernard, William, Hortência, Paula, Ricardinho, todos esses nomes fizeram a gente sonhar. Daí pensava: sou brasileiro também e vai dar certo, tem que funcionar. Vamos valorizar essa capacidade que temos de transformar a vida de milhões de brasileiros” , afirmou o tricampeão.

Edinanci Silva, que saiu de Sousa, na Paraíba, para participar de quatro Olimpíadas, foi a terceira homenageada. A judoca trouxe um mandacaru de madeira como amuleto, um regionalismo que sempre a acompanhou. “Nunca esqueci das minhas raízes, sempre carreguei um pedacinho de rapadura para o Japão, para a Alemanha, onde fosse competir. Sempre quis manter o vigor para representar bem o esporte, principalmente daquela região que é especial”.

O atirador Afrânio da Costa, falecido em 1979, é o quarto atleta incluído no Hall da Fama, mas poucas pessoas se lembram dele. E é para isso que existe a homenagem e a inclusão da biografia do esportista na página do COB na internet. Ele foi o primeiro medalhista olímpico brasileiro, ganhou prata e bronze nas provas de pistola livre a 50 metros individual e por equipes, nos Jogos de Antuérpia, Bélgica, em 1920.

O atirador contemporâneo Felipe Wu, prata nos Jogos do Rio 2016, disse que foi Afrânio quem conseguiu armas emprestadas com os norte-americanos para competir naquela época. “Logo depois se destacou na parte administrativa. Ele teve uma grande relevância nos primórdios do esporte”.

Conhecidos, ou não, do grande público, medalhistas olímpicos, ou não, todos têm agora sua trajetória preservada para as futuras gerações. Conhecer a história também faz parte do que é chamado de espírito olímpico.

“Quais são as premissas do Movimento Olímpico? Todos os homenageados tiveram excelência plena em suas modalidades. Fazer com que eles sejam inspiradores das novas gerações, que elas lembrem desses ícones. Espero que muitas outras gerações possam acompanhar o sucesso que eles tiveram”, concluiu Emanuel Rego, campeão do vôlei de praia e atual diretor-geral do COB.

Com os quatro homenageados de ontem, atualmente são 39 os atletas eternizados no Hall da Fama do Esporte e é possível conhecê-los nesta página do COB.

da Agência Brasil