O novo Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado nesta terça-feira (21/6), aponta que os casos de Covid-19 já correspondem a 71,2% das ocorrências de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil nas últimas quatro semanas. Com manutenção do sinal de crescimento de SRAG desde a Semana Epidemiológica (SE) 16, as estimativas apontam para 8,1 (7,2 – 9,0) mil casos na SE 23 (período de 5 a 11 de junho de 2022). A curva nacional mantém sinal de crescimento nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas).
A análise sinaliza predominância na população adulta. Em crianças pequenas (0 a 4 anos) observa-se o predomínio do vírus sincicial respiratório (VSR), seguido de Sars-CoV-2 (Covid-19), rinovírus e metapneumovírus. Nas demais faixas etárias o Sars-CoV-2 é predominante entre os casos com identificação laboratorial.
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos positivos foi de 3,5% para influenza A, 0,3% para influenza B, 12,7% para vírus sincicial respiratório e 71,2% para Sars-CoV-2. Nesse mesmo período a prevalência entre óbitos para os resultados positivos para vírus respiratórios foi de 2,6% para influenza A, 0% para influenza B, 2,3% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 91,9% para Sars-CoV-2.
Este ano, 27.302 óbitos de SRAG foram registrados, sendo 20.890 (76,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 5.074 (18,6%) negativos e ao menos 561 (2,1%) aguardando resultado laboratorial. Desse total, 3,6% são de influenza A, 0,1% de influenza B, 0,7% de vírus sincicial respiratório (VSR) e 96,4% de Sars-CoV-2.
“Os dados de óbitos sofrem alto impacto por conta da oportunidade de digitação, afetando significativamente as análises para semanas recentes, em particular a qualidade do modelo de estimativa de casos recentes. Para análise de tendência, portanto, recomendamos focar nas curvas de casos de SRAG que têm menor impacto”, observa o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Estados
Dezessete das 27 unidades federativas apresentam indícios de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 23: Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. As demais apresentam sinal de estabilidade ou queda na tendência de longo prazo. No Rio Grande do Sul, em particular, observa-se também o aumento nos casos positivos para influenza (gripe) em diversas faixas etárias.
Capitais
Quanto às capitais, 19 apontam para sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a semana 23: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Plano Piloto e arredores em Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Natal (RN) Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES).
Das 27 capitais, 1 está em macrorregião de saúde em nível pré-epidêmico (Palmas), outra em nível epidêmico (São Luís), 19 em nível alto (Aracaju, Belém, Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Teresina e Vitória), 6 em nível muito alto (Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Rio Branco e São Paulo) e nenhuma em nível extremamente alto.