O número de casos prováveis de dengue no Brasil ultrapassou meio milhão, com 75 mortes pela doença comprovadas e outras 350 sendo investigadas. Os dados são do relatório mais recente do Ministério da Saúde divulgado no dia 12 de fevereiro.
Enquanto a dengue clássica, mais comum, costuma ser autolimitada e pode ser controlada com tratamento para aliviar os sintomas, o tipo mais grave da doença requer intervenção médica imediata, monitoramento rigoroso e, em alguns casos, cuidados intensivos para prevenir complicações potencialmente fatais.
Como diferenciar a dengue clássica da dengue grave
Os sintomas iniciais da dengue clássica e da forma grave são semelhantes nos primeiros dias. De acordo com o Ministério da Saúde, qualquer pessoa com febre súbita (com temperatura alta, entre 39°C e 40°C) e pelo menos duas das seguintes manifestações – dor de cabeça, fadiga, dores musculares ou articulares, e dor nos olhos – deve procurar assistência médica imediatamente. Para todos os que têm o diagnóstico confirmado, a hidratação é fundamental para evitar o agravamento do quadro.
A distinção entre os diferentes quadros – dengue clássica e dengue grave – geralmente ocorre entre o terceiro e o sétimo dia, especialmente quando a febre diminui. É nesse período que começam a surgir sinais de alerta específicos.
A forma grave antes era conhecida como ‘dengue hemorrágica’, mas o termo caiu em desuso pela comunidade médica, já que a hemorragia não é o único e nem o principal sintoma do quadro.
“Os pacientes que só procuram os sintomas de hemorragia podem demorar a perceber que os sintomas estão se agravando”, aponta André Ribas Freitas médico epidemiologista e professor da Faculdade São Leopoldo Mandic de Campinas.
A dengue grave é rara, mas pode levar ser fatal. A principal causa de morte por dengue é o chamado “choque”, que se refere ao estado de choque circulatório. Nele, há uma queda acentuada da pressão arterial seguida de insuficiência circulatória grave.
O quadro acontece quando líquidos escapam dos vasos sanguíneos e vão parar nos tecidos ao redor. Esse processo resulta em uma redução significativa da quantidade de sangue em circulação, o que pode causar complicações graves, incluindo a falência de múltiplos órgãos.