O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) e seus assessores foram alvos da Operação Discalculia, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (25). O objetivo da ação é desarticular associação criminosa suspeita de desvio de cota parlamentar e falsificação de documentos para criação de Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).
Aproximadamente 60 policiais participaram da ação e foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em Brasília (DF), Cidade Ocidental (GO), Valparaíso de Goiás (GO), Aparecida de Goiânia (GO) e Goiânia (GO). Além da residência de Gayer, os policiais foram a seu gabinete, em Brasília, e a casas de seus assessores.
A operação é um desdobramento do inquérito dos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro. De acordo com a manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), um dos financiadores dos atos, o empresário João Paulo de Sousa Cavalcante, que foi preso e teve a quebra do sigilo telemático autorizada, apresentava-se como amigo de Gayer. Ele é dono de uma empresa chamada Goiás Online. Segundo a PGR, Gayer tentou empregar Cavalcante como secretário parlamentar em seu gabinete, mas ele não conseguiu em razão de o empresário ser inabilitado para ocupar cargos públicos por condenação prévia. Para contornar a situação, o deputado contratou a empresa Goiás Online para prestar serviços a seu gabinete, empresa criada com esse fim.
De acordo com a PGR, no celular de Cavalcante a PF “identificou elementos indicativos de possíveis desvios de recursos públicos por ele praticados em conluio com o deputado Federal Gustavo Gayer Machado de Araújo, que teriam, em tese , contribuído para movimentar e direcionar os atos antidemocráticos”.
Na casa de um dos assessores do parlamentar foram encontrados R$ 72 mil em espécie.
Após o cumprimento dos mandados, Gayer publicou um vídeo em suas redes sociais em que afirma não saber o porquê estar sofrendo busca e apreensão e acusa ser por cunho político. “Claramente tentando prejudicar o meu candidato [a prefeito de Goiânia (GO)] Fred Rodrigues”, declarou o deputado sobre o candidato ao qual declarou seu apoio e que está sendo investigado por falsidade ideológica, após uma denúncia, recebida pela Superintendência da Polícia Federal em Goiás nessa quarta-feira (23), que diz que Fred mentiu à Justiça Eleitoral ao afirmar ser bacharel em Direito formado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). A universidade confirmou que ele não se formou no curso da instituição.
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