Em 08 de maio de 1916, o então governador do Estado do Paraná – que era nomeado como presidente -, Afonso Camargo, oficializou o pedido para desapropriar e transformar as terras do entorno das Cataratas do Iguaçu em uma área pública para o turismo, o que permitiu mais tarde a criação do Parque Nacional do Iguaçu (1939). O pedido foi atendido no mesmo ano, 28 de julho, e quase um século depois, em 2012, a então Presidente Dilma Rousseff, sancionou a Lei nº 12.625, que determina a data (08/05) como Dia Nacional do Turismo.
A data comemorativa foi criada para celebrar e incentivar as pessoas para que elas possam viajar pelo Brasil, assim como homenagear e celebrar esse setor tão importante. Com a pandemia, vale lembrar, que o turismo foi um dos setores mais afetados e espera ansiosamente a retomada do fluxo de visitantes.
Hoje, já é possível visitas e passeios, e Foz do Iguaçu cada vez mais se apresenta como uma das regiões mais preparadas para receber os turistas, respeitando todos os protocolos de segurança. A cidade tem uma gama de atrativos, alguns conhecidos e reconhecidos no mundo todo. Todos com um preparo de uma verdadeira operação especial para atender os visitantes nesse período de cuidados redobrados.
Agora, quer saber um pouco mais e por que o Dia Nacional do Turismo tem tudo a ver com Foz do Iguaçu e seu principal atrativo?
Conheça a história que transformou a cidade em um dos pontos turísticos mais desejados de todo mundo. As Cataratas do Iguaçu ficam dentro do Parque Nacional do Iguaçu, área protegida e maior remanescente do bioma Mata Atlântica da região Sul do Brasil. A área total do Parque do lado brasileiro é de 1696 Km2 (os Parques argentino e brasileiro somam mais de 2300 Km2). Bem antes de se tornar um parque nacional, o local tem uma história interessante:
No ano de 1542, o espanhol Alvar Nuñez Cabeza de Vaca seguia viagem rumo à cidade de Assunção (Paraguai), quando se deparou com a grandiosidade das Cataratas do Iguaçu. Ele foi o primeiro europeu a conhecer a região, onde na época viviam os índios guaranis. A área era de propriedade da colônia militar, que por volta do ano de 1900, a cedeu ao uruguaio Jesus Val, quando então passou a ser propriedade particular.
No dia 1º de março de 1916, um outro personagem importante entra na história: o aviador, inventor e esportista Santos Dumont, que estava em Santiago (Chile), para participar da 1ª Conferência de Aeronáutica Pan-Americana. Depois disso, prossegue viagem para Buenos Aires (Argentina). De lá, decide conhecer as Cataratas do Iguaçu, localizadas no território de Misiones, na fronteira da Argentina com o Brasil.
Frederico Engel, dono de um hotel que ficava onde hoje é a Avenida Brasil (em Foz do Iguaçu), soube da presença de Santos Dumont do lado argentino. Comovido com a nobre visita, Engel e uma comitiva foram convidar Santos Dumont para ver as Cataratas também do lado brasileiro. Impressionado com a beleza das quedas e durante as conversas com Engel e equipe, Dumont descobriu que a área havia sido doada pela antiga Colônia Militar a um particular. Então, Santos Dumont comenta que o local deveria ser público, patrimônio de todos. Foi quando decidiu ir até a cidade de Curitiba (sede do governo do Paraná) falar com o presidente.
A cidade vibrou com a visita de Santos Dumont. Ele era muito famoso. Santos Dumont foi recebido no gabinete do presidente do Paraná no dia 8 de maio, onde apresentou o pedido de que o Paraná criasse um parque para proteger as Cataratas e possibilitar a visita de mais pessoas ao local. Em julho do mesmo ano, foi publicado o Decreto Estadual nº 653, desapropriando a área de 1.008 hectares cedida anos antes a Jesús Val. Assim, ao currículo do esportista, aeronauta e inventor, foi acrescentada a bem-sucedida atuação como ativista pela causa ambiental que hoje é um importante remanescente de biodiversidade e um dos locais mais visitados do mundo!
da Assessoria – Foto: Victor Lima / Assessoria