O Dia Nacional de Combate ao Aedes aegypti ocorre neste domingo (19), data símbolo para enfrentamento ao mosquito que, desde 2000, é responsável por cerca de 20 milhões de diagnósticos de três doenças muito presentes no Brasil: a dengue, a chikungunya e o Zika vírus. Esse poderoso vetor de doenças – o Aedes aegypti – pode ser combatido. Mas, precisa da conscientização e da colaboração de todos.
Segundo o Ministério da Saúde, as ações adotadas em parcerias com secretarias estaduais e municipais de Saúde resultaram na “expressiva queda” de 97% do número de casos notificados de dengue no Brasil, entre abril e setembro.
“Na 15ª semana do ano, de 9 a 15 de abril, foram registrados 114.255 casos suspeitos da doença. Na 35ª semana, de 27 de agosto e 2 de setembro, houve 3.254 casos de dengue”, informou o ministério. Acrescentou que é no período de março a junho que se costuma registrar maior incidência de arboviroses no país.
Em 2023, o total de “casos prováveis” da doença registrados até final de agosto estava em pouco mais de 1,5 milhão – número ligeiramente maior do que o anotado durante todo o ano de 2022, quando houve quase 1,4 milhão de registros. Em 2021, foram pouco menos de 532 mil ocorrências.
O mais recente boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA) registra 275 novos casos.
Com isso, chega a 2.673 o número de diagnósticos confirmados neste período epidemiológico, que teve início em agosto de 2023 e segue até julho de 2024. O Paraná soma, ainda, 22.355 notificações e um óbito pela doença.
Dos 399 municípios, 194 possuem casos confirmados, com registros em todas as 22 Regionais de Saúde (RS). A 17ª RS de Londrina é a que tem maior número de confirmações (554), seguida pela 15ª RS de Maringá (532) e 14ª RS de Paranavaí (332).
Com relação aos casos de chikungunya o informe permanece com 16 casos confirmados e nenhum óbito. O boletim não traz confirmação de casos de zika vírus no Estado.
O clima quente colabora para a reprodução do mosquito e para um maior número de pessoas contaminadas no país
A fim de evitar uma situação ainda pior, o governo tem adotado iniciativas como a mobilização do Centro de Operações de Emergências de Arboviroses (COE) que, além de ter implementado 11 ações de apoio aos estados com maior número de casos e óbitos por dengue e chikungunya, distribuiu até hoje cerca de 345 mil reações de sorologia e viabilizou 131 mil exames.
Ainda segundo o ministério, foram investidos R$ 84 milhões na compra de adulticida e larvicida para as ações de combate ao mosquito no país.
Um processo de estratificação de risco intramunicipal foi iniciado em áreas consideradas prioritárias para a implementação de novas tecnologias, como borrifação residual intradomiciliar, armadilhas disseminadoras de larvicidas e a adoção do método Wolbachia, que consiste na liberação de mosquitos contendo uma bactéria que impede o desenvolvimento das doenças nos próprios insetos.
Outras medidas destacadas pelo governo foram o lançamento do painel público de dados de arboviroses; a antecipação da campanha nacional de mobilização da população; a capacitação de mais de 9,5 mil profissionais de saúde via Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (Una-SUS) e de 2.196 profissionais de saúde para manejo clínico, vigilância e controle de arboviroses com treinamento presencial.
O Ministério da Saúde argumenta que essas medidas podem ser insuficientes sem que haja estímulo à participação comunitária para eliminação de focos dos mosquitos. “Atualmente, o combate ao vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle das arboviroses”, informou.
Os sintomas de dengue, chikungunya ou zika são semelhantes: febre de início abrupto, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele e manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais.
A orientação é a de, apresentando esses sintomas, procurar a unidade ou serviço de saúde mais perto da residência assim que surgirem os primeiros sintomas.
Algumas medidas preventivas ajudam no combate à doença: evitar água parada, esvaziar garrafas, não estocar pneus em áreas descobertas, não acumular água em lajes ou calhas, colocar areia nos vasos de planta e cobrir bem tonéis e caixas d’água são algumas iniciativas básicas para evitar a proliferação do mosquito.
Todo local de água parada deve ser eliminado, pois é lá que o mosquito transmissor coloca os ovos.
Veja aqui algumas orientações do Ministério da Saúde.
– Certificar que caixa d’água e outros reservatórios de água estejam devidamente tampados;
– Retirar folhas ou outro tipo de sujeira que pode gerar acúmulo de água nas calhas;
– Guardar pneus em locais cobertos;
– Guardar garrafas com a boca virada para baixo;
– Realizar limpeza periódica em ralos, canaletas e outros tipos de escoamentos de água;
– Limpar e retirar acúmulo de água de bandejas de ar-condicionado e de geladeiras;
– Lavar as bordas dos recipientes que acumulam água com sabão e escova/bucha;
– Jogar as larvas na terra ou no chão seco;
– Para grandes depósitos de água e outros reservatórios de água para consumo humano é necessária a presença de agente de saúde para aplicação do larvicida;
– Utilizar areia nos pratos de vasos de plantas ou realizar limpeza semanal;
– Retirar água e fazer limpeza periódica em plantas e árvores que podem acumular água, como bambu e bromélias;
– Guardar baldes com a boca virada para baixo;
– Esticar lonas usadas para cobrir objetos, como pneus e entulhos;
– Manter limpas as piscinas;
– Guardar ou jogar no lixo os objetos que podem acumular água: tampas de garrafa, folhas secas, brinquedos;
– Em recipientes com larvas onde não é possível eliminar ou dar a destinação adequada, colocar produtos de limpeza (sabão em pó, detergente, desinfetante e cloro de piscina) e inspecionar semanalmente o recipiente, desde que a água não seja destinada a consumo humano ou animal. É importante solicitar a presença de agente de saúde para realizar o tratamento com larvicida.
Tampar e lavar reservatórios de água são ações importantes para o combate ao Aedes aegypti. A limpeza deve ser periódica com água, bucha e sabão. Ao acabar a água do reservatório, é necessário fazer uma nova lavagem nos recipientes e guardá-los de cabeça para baixo. Esse cuidado é essencial porque os ovos do mosquito podem viver mais de um ano no ambiente seco.
Com informações da Agência Brasil e SESA/PR