O inverno é caracterizado pela baixa quantidade de água em vapor na atmosfera, por isso o tempo fica mais seco durante boa parte da estação. Os ventos calmos, a falta de chuva e a poluição favorecem a formação da bruma, em que substâncias sólidas como poeira e fumaça ficam suspensas no ar e podem causar problemas de saúde.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), o nível ideal de umidade relativa do ar para o organismo humano está entre 40% e 70%. Abaixo desses valores, o tempo seco provoca o ressecamento das vias aéreas, aumentando as chances de incidência de infecções respiratórias —como resfriado, gripe e pneumonia— e irritações do trato respiratório —tosse, dor de garganta e até sangramento nasal.
Com o tempo seco, o muco que cobre o sistema respiratório fica ressecado, diminuindo o mecanismo de defesa deixando o corpo mais propenso a infecções e à invasão de bactérias e vírus. Além disso, o clima ainda aumenta nossa perda de água pela respiração e transpiração. Esse clima também deixa a pele e os olhos mais secos e aumenta o risco de conjuntivite e dermatites.
Há ainda dores de cabeça e irritação nos olhos, nariz e garganta; rompimento de vasos do nariz, provocando sangramento e maior facilidade de se contrair conjuntivite viral, alérgica e síndrome do olho seco.
“Também há um aumento das doenças pulmonares obstrutivas como asma, bronquite e enfisema. Manter o corpo hidratado, estar vacinado e manter as medicações de uso habitual são as melhores formas de prevenir ou reduzir os efeitos do tempo seco no organismo”, explica Humberto Bassit Bogossian, pneumologista do Hospital Israelita Albert Einstein (SP).
É normalmente no meio do dia, entre 10h e 18h, que o ar fica mais seco e com índices que podem chegar aos alarmantes 30% ou menos de umidade. Na capital paulista, por exemplo, quando este índice é constatado, a Defesa Civil declara estado de atenção.
Entre 20% e 12% é decretado estado de alerta. Abaixo dos 12%, a condição climática é típica de desertos e o estado é de emergência.
“Para quem pratica atividades físicas, o ideal é escolher os horários extremos. Ou seja, começo da manhã e da noite, quando a umidade do ar aumenta”, explica Bogossian.