Sábado, 27 de Julho de 2024

Em três dias, Banco Central já ‘queimou’ US$ 5,4 bilhões para segurar o câmbio; moeda bateu R$ 5,74 nesta sexta

2020-04-24 às 15:26

A pressão no câmbio reflete as dúvidas dos investidores sobre o futuro político do governo do presidente Jair Bolsonaro, após o pedido de demissão do ministro da Justiça, Sérgio Moro

O caos político que se instalou no Brasil fez o Banco Central (BC) “queimar” US$ 5,4 bilhões nos últimos três dias para tentar segurar as cotações do dólar no Brasil. Mas a bateria de leilões de moeda do BC, intensificados desde a última quarta-feira, foram incapazes de acalmar o mercado até agora.

No início da tarde desta sexta-feira, 24, o dólar à vista subia 3,5% ante o real, aos R$ 5,7229. Em algumas corretoras de câmbio de Brasília, o dólar turismo já é vendido a R$ 6,21 e, em São Paulo, a US$ 6,15.

A pressão no câmbio reflete as dúvidas dos investidores sobre o futuro político do governo do presidente Jair Bolsonaro, após o pedido de demissão do ministro da Justiça, Sérgio Moro, oficializado nesta sexta. Também pesaram nos últimos dias declarações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, em entrevista ao Estadão Live Talks da última segunda-feira, 20. Na ocasião, ele sinalizou novo corte da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 3,75% ao ano. Além disso, surgiu a visão de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, perdeu prestígio e pode ser o próximo a deixar o governo.

Em meio à perspectiva de que a taxa básica de juros (Selic) possa cair para 3% ao ano no início de maio, quando ocorre reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, a alta do dólar ante o real se intensificou na quarta-feira. Por trás do movimento está a avaliação dos investidores de que, com juros mais baixos, o Brasil se tornará ainda menos atrativo ao capital internacional.

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