Na manhã desta sexta-feira, 9, o governador Ratinho Junior recebeu, no Palácio Iguaçu, a comitiva do Exército Brasileiro, entre eles o comandante geral, General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. A visita faz parte da última etapa dos estudos para a definição do local que sediará a nova Escola de Sargentos das Armas (ESA). Ponta Grossa está entre as três finalistas e concorre com Santa Maria (RS) e Recife (PE).
“Estamos prontos para receber a Nova Escola de Sargentos do Exército Brasileiro, em Ponta Grossa! Uma das instituições mais importantes das Forças Armadas Brasileiras, pode se tornar, aqui no Paraná, a maior Escola Militar das Américas!”, disse o governador nas redes sociais.
A prefeita Elizabeth Schmidt acompanha o governador e a comitiva, que deve seguir para vistoria técnica em Ponta Grossa durante a tarde. “São as últimas definições para a escolha da nova sede. Seguimos confiantes e desenvolvemos todas as ações necessárias para a vinda da escola, que será motivo de muito orgulho para o Paraná”, declara a prefeita.
O empreendimento deve receber investimentos de R$ 1,2 bilhão e reunir um contingente de militares que pode chegar a 10 mil pessoas, entre alunos, instrutores, familiares e todo o pessoal necessário para fazer a escola funcionar.
O QUE É A ESA E ONDE DEVE SE INSTALAR EM PG
Criada em 1945, a Escola Sargento Max Wolf Filho está instalada em Três Corações (MG) desde 1949. É um estabelecimento de ensino superior do Exército voltado à formação de sargentos de Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia e Comunicação. O patrono da unidade é um sargento paranaense, natural de Rio Negro e membro da Força Expedicionária Brasileira, morto em combate na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.
Com a possibilidade de ampliar a formação de oficiais, incorporando outras unidades de ensino da corporação, o Exército iniciou os estudos para a transferência da unidade. Em um primeiro momento, foram consideradas 18 cidades para receber a estrutura, sendo que Ponta Grossa, Santa Maria e Recife continuam na disputa.
Nas outras duas cidades, a previsão é que ESA ocupe áreas já pertencentes ao Exército. Em Ponta Grossa, está sendo destinado um terreno de 4,5 mil hectares no distrito de Itaiacoca, onde hoje está instalada a Fazenda Modelo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em contrapartida, o Exército destinaria à Embrapa uma área no município vizinho de Palmeira.
“Essa é uma das vantagens de Ponta Grossa. Caso a ESA seja instalada na cidade, o Exército vai incorporar ao seu patrimônio um terreno de cerca de 50 quilômetros quadrados, uma área estratégica, boa para construir”, afirma o secretário estadual da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares. “Para o Estado e o município, além da geração de emprego e renda que uma estrutura como essa representa, contar com uma escola das Forças Armadas desse porte traz uma ótima visibilidade”.
O general José Russo Assumpção Penteado, comandante da 5a Divisão do Exército, responsável pelos estados do Paraná e Santa Catarina, destaca a importância da academia para a formação militar.
“Com a migração, a nova estrutura vai reunir toda a formação de sargentos do Exército Brasileiro. Estamos falando de 2,2 mil a 2,4 mil alunos e uma população no entorno disso de 9 mil a 10 mil pessoas”, explica. “Certamente o Exército escolherá o melhor local para a formação dos oficiais que são a base da corporação. São três bons locais que estão sendo estudados detalhadamente”.
“O diferencial de Ponta Grossa é que é uma área que não pertence ao Exército, nas outras duas cidades os locais destinados já são campos de instrução do Exército. A centralidade de Ponta Grossa é outro diferencial, já que uma das cidades fica ao Norte do País, na região Nordeste, e outra bem ao Sul”, salienta. “Com relação ao eixo, Ponta Grossa está melhor localizada, mas as outras também têm suas vantagens competitivas. A opção que o Exército adotar será a melhor para formação dos sargentos”, ressalta o general Penteado.
Após o processo de avaliação e estudos das três cidades, o Alto Comando do Exército deve decidir no início do segundo semestre onde será instalada a nova Escola de Sargentos de Armas.
O QUE PONTA GROSSA OFERECE EM CONTRAPARTIDA
A prefeitura de Ponta Grossa oferece uma série de contrapartidas ao Exército para a instalação da escola, que inclui facilidades às Forças Armadas, isenção fiscal e a garantia de obras de infraestrutura que garanta o funcionamento do espaço, como a construção de um novo contorno rodoviário nas proximidades, um acesso adicional à ESA, ampliação da infraestrutura aeroportuária e disponibilidade de serviços de saneamento, energia e comunicação de alta qualidade na área de operação.
Entre as propostas apresentadas também há a criação de uma Zona Especial Militar no perímetro da ESA, que dará flexibilidade para os projetos da escola e da futura Vila Militar e a cessão de um hangar no Aeroporto de Sant’Ana, que passará por grande transformação nos próximos meses, para uso da ESA e das Organizações Militares. A prefeitura também deve disponibilizar 20 mil metros quadrados em áreas na cidade para residências militares e imóveis para o estabelecimento de um Hospital Militar de Guarnição e um Colégio Militar.
“O município tem muito a ganhar com a ESA. Ponta Grossa está preparada para receber esses alunos e seus familiares com conforto e segurança e, num futuro próximo, usará toda essa repaginação da área para atrair novos investimentos industriais e comerciais, elevando, ainda mais, as conquistas sociais”, afirma a prefeita Elizabeth Schmidt.
da redação com AEN