A aluna do Centro de Ensino Médio (CEM) 1 do Gama que escreveu uma redação na qual afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes havia acabado com as leis no país foi transferida de escola, a pedido da família da estudante.
O caso ocorreu na última quarta-feira (17/4). A aluna do 2º ano escreveu a informação na atividade escolar, e a professora explicou, com base na Constituição Federal, que não cabe ao Poder Judiciário elaborar leis, o que é papel do Legislativo.
A estudante, então, ligou para a mãe e relatou o que a professora havia falado. Imediatamente, a responsável pela estudante enviou um áudio no WhatsApp para a supervisora da escola para condenar a conduta da professora, que classificou como “doutrinação”.
A mãe ainda disse, segundo o diretor do CEM 1, que era amiga do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), do deputado Gustavo Gayer (PL-GO) e do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG). Também afirmou que esfregaria o celular “na cara da professora para mostrar que as leis foram mudadas”, caso a escola não “desse um jeito” na situação.
Posteriormente, a mãe da estudante foi ao colégio pessoalmente, repetiu as agressões verbais e disse que iria “atrás dos [próprios] direitos”. Ainda segundo o diretor da instituição de ensino, a professora entregou um atestado médico que a afastou das atividades laborais por 30 dias, devido ao abalo psicológico sofrido.
Em nota, a Secretaria de Educação informou que “agiu prontamente ao ser informada do incidente”. “Tanto a Coordenação de Ensino do Gama quanto a diretoria da escola relataram que, após o incidente, a professora registrou um boletim de ocorrência, e a CRE prontamente atendeu ao pedido de transferência da aluna feito por sua família”, diz a nota.
Ainda de acordo com a pasta, a situação permanece sob a supervisão direta da coordenação, que, se necessário, tomará outras medidas administrativas de acordo com os normativos legais vigentes.