Sábado, 16 de Novembro de 2024

Exclusivo: Mulheres jovens apresentam níveis maiores de ansiedade durante pandemia, afirma estudo de pesquisadoras paranaenses

2020-12-02 às 12:36

A fim de compreender como o distanciamento está afetando a saúde emocional dos brasileiros,  duas pesquisadoras do curso de psicologia da Universidade Positivo de Curitiba, Daniela Belisario Scheffer e Sarah Carolina Amorim de Lima, realizaram um estudo sobre a ansiedade no período de quarentena devido à COVID-19.

Durante todo o mês de junho as pesquisadoras colheram respostas de 376 participantes, e agora, no final de novembro, elas apresentaram as conclusões do estudo. “Uma dado interessante foi que mais de 90% das pessoas relataram que tinham algum nível de ansiedade”, conta Daniela.

Dentre todos os que relataram estar sofrendo com ansiedade, a mais afetadas são as mulheres jovens. “A maior parte dos que apresentaram altos níveis de ansiedade são mulheres, com idade entre 18 e 24 anos e que estão cursando o ensino superior, e isso foi uma coisa que foi percebida no mundo todo”, comenta Sarah.

Outro dado que chamou a atenção das pesquisadoras é que 63% dos entrevistados relataram ter ansiedade em grau baixo, mas não procuraram nenhuma forma de enfrentamento. “Ficamos nos perguntando: se eles acham que têm ansiedade, por que não procuram algum tipo de ajuda? A gente procurou na literatura o que poderia explicar isso e vimos esse padrão de esquiva da população, seja por preconceito da psicoterapia ou por medo de entrar em contato com o problema”, explica Daniela.

 

Cuidados X Ansiedade

As pesquisadores também relatam que as pessoas que possuem menos medo de contrair a COVID-19 apresentam graus mais baixos de ansiedade. “Aqueles que saíam apenas um dia por semana de casa tiveram mais índices de ansiedade alta do que aqueles que saiam cinco vezes por semana ou não saíam”, conta Daniela. “Aqueles que mantinham os hábitos de higiene e cuidados também apresentavam graus mais baixos de ansiedade”, complementa a pesquisadora.

 

Ansiedade pós-pandemia

Num futuro próximo, as pesquisadora pretendem dar sequência ao trabalho estudando os níveis de ansiedade no pós-pandemia. “Uma sugestão que a gente fez no nosso trabalho foi de que a pesquisa continuasse, no processo de avaliar a ansiedade durante a quarentena e depois que as pessoas saírem da quarentena, para ver o que muda nesse processo”, finaliza Sarah.