O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou nesta quarta-feira (4) que o foco de gripe aviária identificado em uma granja comercial de Montenegro, no Rio Grande do Sul, está oficialmente contido. Segundo o ministro, não há novos registros da doença em outras granjas comerciais e, após 14 dias de monitoramento intensivo — o chamado “vazio sanitário” —, não foram observadas novas mortes de animais.

A granja afetada, dedicada à produção de ovos férteis, registrou a morte de 17 mil aves, a maioria em decorrência da doença. As demais foram sacrificadas como medida de contenção. Após a conclusão da desinfecção do local, iniciaram-se 28 dias de monitoramento, conforme protocolo internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Caso não haja novos casos até 18 de junho, o Brasil poderá ser novamente declarado livre da gripe aviária em granjas comerciais.

Com o controle do foco, o governo do Rio Grande do Sul desinstalou as barreiras sanitárias fixas e adotou equipes móveis para fiscalização, além de realizar vistorias programadas em propriedades rurais num raio de 10 km do local afetado. A mudança na estratégia reflete a estabilidade do cenário e a ausência de novos casos na região, marcada principalmente por pequenas propriedades familiares.

Apesar do sucesso na contenção, as exportações brasileiras de carne de frango seguem parcialmente suspensas por 21 países, incluindo China e União Europeia. O Ministério da Agricultura mantém diálogo com parceiros internacionais para demonstrar a transparência e eficiência do controle sanitário brasileiro, buscando reverter as restrições comerciais assim que o status sanitário for restabelecido.

O Ministério da Saúde também descartou transmissão da gripe aviária para humanos no episódio de Montenegro, reforçando que não há risco no consumo de carne de aves e ovos. A atuação rápida e coordenada das autoridades sanitárias foi destacada pelo ministro como exemplo da robustez do sistema brasileiro de defesa agropecuária, que evitou a disseminação do vírus para outras granjas comerciais e protegeu a cadeia produtiva nacional.