A morte de Flávia Cunha Costa, de 43 anos, em Belém (PA), chocou a sociedade paraense e acendeu o alerta sobre abusos cometidos sob o pretexto da fé. Flávia foi mantida por cerca de dez anos sob o domínio do casal de pastores Marleci Ferreira de Araújo e Ronnyson dos Santos Alcântara, líderes de uma seita investigada por práticas de cárcere privado e manipulação religiosa.
Segundo as investigações, Flávia era submetida a maus-tratos físicos e psicológicos, vivia em condições precárias e era forçada a realizar trabalhos domésticos. Familiares relataram que a vítima foi gradualmente isolada do convívio social e da própria família, sofrendo alienação emocional e controle extremo por parte dos pastores.
No dia 19 de junho, Flávia foi levada ao hospital pelo casal, apresentando quadro grave de desnutrição. Eles se identificaram como vizinhos e deixaram a vítima sem documentação, fugindo em seguida após serem orientados a registrar ocorrência. A polícia apurou que Flávia vivia em cárcere privado e reunia sinais claros de violência prolongada.
O casal de pastores foi preso preventivamente após a morte da fiel. Ambos negam as acusações, mas depoimentos de testemunhas e familiares, além de provas reunidas pela polícia, reforçam as denúncias de abuso, manipulação e exploração.